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ESCRITOR DE MARÇO

Giorgos Seferiades, mais conhecido pelo nome literário Giorgos Seferis, é uma das figuras mais emblemáticas da literatura grega do século XX. Poeta, ensaísta e diplomata, Seferis nasceu a 13 de março de 1900, na cidade de Esmirna, então parte do Império Otomano (atual Turquia), O seu pai, Stélios Seferiades, era professor de direito e poeta, influenciando desde cedo a inclinação literária do filho. A destruição de Esmirna em 1922, um dos episódios mais traumáticos da história moderna da Grécia, marcou profundamente o jovem Seferis, cuja poesia viria a refletir frequentemente temas como o exílio e a saudade. Estudou direito na Universidade de Paris, onde teve contacto com as correntes literárias europeias da época, nomeadamente o simbolismo e o modernismo. A sua paixão por autores como T. S. Eliot e Paul Valéry teve um impacto persistente no seu estilo literário. Em 1931, publicou a sua primeira coletânea poética, Strophe, que já evidenciava o seu talento singular. Em 1935 divulgou Mythistorima, obra em que o autor concilia a mitologia grega com formas de expressão da modernidade. A sua admiração por Ulisses e pela Odisseia foi também exposta nos três volumes que formam o “diário de bordo”, Imerologion Katastrómatos I-III (1940-55). Um dos seus poemas mais icónicos, Helen, revisita a mitologia clássica para expressar a desilusão com a história contemporânea, uma tónica recorrente na sua obra. Seferis via na Antiguidade Grega não apenas uma fonte de orgulho, mas também um peso que a cultura grega moderna precisava de carregar e reinterpretar. Ao longo da sua carreira, Seferis não foi apenas um poeta, mas também um diplomata. Serviu como embaixador da Grécia em Londres e desempenhou um papel crucial na diplomacia do país. No entanto, foi a sua obra literária que lhe trouxe o reconhecimento global, culminando na atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1963. Foi o primeiro escritor grego a receber tal distinção, um marco que sublinhou a importância da sua voz poética no cenário literário mundial. A sua poesia foi traduzida para diversas línguas e estudada amplamente, tanto na Europa como fora dela. O seu impacto repercute ainda hoje, sendo frequentemente citado como uma das grandes figuras da poesia do século XX. Giorgos Seferis faleceu a 20 de setembro de 1971, em Atenas.

 

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A LEITURA 176 páginas

“POEMAS ESCOLHIDOS”

Reúne uma seleção das suas obras mais marcantes, refletindo a melancolia do exílio, a memória e a identidade grega. Com uma linguagem simbólica e profunda, o poeta Nobel da Literatura capta a essência da condição humana e do tempo.

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