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CÁTIA CLEMENTE | INTERMEDIÁRIA DE CRÉDITO E SEGUROS «Precisamos de perder o medo de falar sobre dinheiro»

A literacia financeira é fundamental na sociedade contemporânea e os intermediários de crédito assumem-se como elementos-chave. À Revista Minha, Cátia Clemente, especialista em créditos e seguros, relata o impacto que esta profissão tem tido no dia a dia dos portugueses. Nesta entrevista, conheça o percurso desta profissional que, através de um suporte especializado, ajuda a capacitar os clientes a fazer escolhas informadas e a alcançar estabilidade financeira.

Podemos começar por conhecer um pouco melhor a Cátia Clemente, a pessoa por trás da líder e do negócio. Como se define, o que a preenche a nível pessoal e a que dedica o seu tempo?

Antes de ser empresária, sou mãe, esposa e filha. A família é o meu pilar central, o meu valor mais precioso, e é a eles que dedico a maior parte do meu tempo fora do trabalho. Com uma criança de 2 anos em casa, o tempo livre é rapidamente preenchido por risos, brincadeiras e momentos de descoberta. Além disso, valorizo muito os momentos de qualidade que passamos juntos, sejam eles num passeio ao ar livre, numa refeição em família ou simplesmente a ler uma história antes de dormir. Estes momentos são o que verdadeiramente me preenche e me dá energia para enfrentar os desafios do dia a dia.

A partir de que idade começou o seu “despertar financeiro”?

Os meus pais são empresários e têm um negócio bastante conhecido na cidade, a Padaria e Confeitaria Maximinense, já com 30 anos de atividade. Tenho 31 anos, posso dizer que cresci rodeada pelo espírito empreendedor e pela gestão financeira. Desde pequena, sempre adorei fazer contas de cabeça, mexer no dinheiro e fazer trocos. Lembro-me de como adorava ajudar no negócio da família e aprendi, desde cedo, a importância de gerir bem o dinheiro. Acho que o meu gosto pelo dinheiro e pela poupança vem precisamente desta educação, onde a gestão financeira era uma parte fundamental. Fui ensinada a valorizar cada moeda e a compreender que ganhar mais implica também um esforço maior e um trabalho árduo. Esta base sólida que recebi dos meus pais foi crucial para o meu desenvolvimento pessoal e profissional, moldando-me na líder que sou hoje.

Hoje é responsável pelas áreas de intermediação de crédito e mediação de seguros das suas empresas. Como é que iniciou o seu percurso nesta área e o que a motivou a escolher este caminho?

Licenciei-me em Economia e completei um mestrado em Gestão Comercial. Desde sempre, a minha paixão pelos números e o gosto por trabalhar com pessoas foram evidentes. Encontrar um trabalho que combinasse estas duas paixões foi uma verdadeira realização pessoal. O meu interesse por esta área começou através do meu marido, que já trabalhava no setor imobiliário. Quando decidimos abrir o nosso próprio negócio, quisemos criar uma solução que abrangesse todos os aspetos do setor, daí a opção pelo modelo de negócio da Decisões e Soluções 360º. Ele ficou responsável pela área imobiliária, enquanto eu assumi a intermediação de crédito e a mediação de seguros. Esta divisão de responsabilidades permite-nos oferecer um serviço completo e integrado aos nossos clientes, tornando a nossa empresa única e capaz de responder às diversas necessidades do mercado.

Quais são as maiores vantagens, para o cliente, ao recorrer aos serviços prestados por um Intermediário de Crédito?

O serviço de intermediação de crédito ainda é relativamente desconhecido no mercado, uma vez que só em 2019 foi legislado e regulamentado pelo Banco de Portugal. No entanto, cada vez mais famílias reconhecem o valor deste serviço. Em 2023, cerca de 80% do crédito contratado pelos principais bancos foi obtido com o apoio de um intermediário de crédito. As principais vantagens são várias. Primeiro, os clientes beneficiam de um acompanhamento especializado num processo que, para muitos, é complexo e intimidante. Os intermediários de crédito têm acesso a propostas de vários bancos e conseguem encontrar as condições mais competitivas, adaptadas às necessidades específicas de cada cliente. Além disso, para garantir a proteção do cliente e a imparcialidade do processo, este serviço é gratuito para o cliente. O especialista é comissionado de forma igual por todos os bancos com os quais trabalha, assegurando que o foco está sempre no melhor interesse do cliente. Portanto, se precisar de contrair um novo crédito ou renegociar um já existente, não hesite em procurar um especialista em intermediação de crédito para garantir que tem o melhor acompanhamento possível.

O que é que a preenche totalmente em termos profissionais?

O meu propósito de vida é ajudar jovens, especialmente mulheres, a alcançar a sua liberdade financeira. Este objetivo é a força motriz por detrás do meu trabalho diário. Consigo concretizar este propósito de duas maneiras: primeiro, através do acompanhamento profissional que ofereço àqueles que integram as nossas equipas de trabalho, promovendo o seu crescimento e desenvolvimento. Em segundo lugar, ajudo os nossos clientes a realizarem os seus sonhos, seja comprando a sua casa própria ou investindo em imóveis, sempre garantindo que obtenham as melhores condições possíveis. Ver a transformação na vida destas pessoas, desde a independência financeira até à concretização dos seus objetivos pessoais, é o que realmente me preenche. Saber que o meu trabalho tem um impacto positivo e duradouro na vida de outros é uma sensação incomparável e uma grande fonte de satisfação.

Tem também uma conta de Instagram direcionada para o crédito habitação e seguros, onde aproveita para dar dicas sobre vários assuntos. Quando começou e quais são os objetivos deste projeto?

Diariamente, apercebia-me do grande desconhecimento existente sobre crédito habitação e seguros. As questões dos clientes eram recorrentes, e muitas vezes, após esclarecer um cliente, surgia outro com a mesma dúvida. Percebi que este desconhecimento frequentemente resultava em condições contratuais desadequadas às suas realidades, levando a desperdícios financeiros significativos. Como gosto de comunicar e já oferecia formação interna às nossas equipas, pensei: por que não utilizar as plataformas digitais para alcançar um público maior? Foi assim que nasceu a minha conta de Instagram. O objetivo era simples: ajudar mais pessoas a compreenderem as suas condições financeiras e a tomarem decisões mais informadas. O feedback foi imediatamente positivo. Rapidamente percebi que havia muitas pessoas com dúvidas e que o conteúdo que partilhava era realmente útil no seu dia a dia. Hoje, recebo pedidos de ajuda de todo o país e muitos visitam as nossas lojas para obter o nosso acompanhamento na negociação do seu crédito ou na compra da sua casa. Esta experiência tem sido extremamente gratificante, pois permite-me continuar a minha missão de promover a educação financeira e ajudar mais pessoas a alcançar a sua liberdade financeira.

Como vê o estado da literacia financeira no panorama atual em Portugal?

Ainda temos um longo caminho a percorrer. Portugal apresenta um dos níveis mais baixos de literacia financeira na Europa. Para mudar este cenário, a transformação deve começar em casa e nas escolas. Precisamos de perder o medo de falar sobre dinheiro e de partilhar informação entre família e amigos. Apenas assim conseguiremos promover o conhecimento e melhorar a literacia financeira. É crucial que estas conversas se tornem parte do nosso quotidiano, permitindo que as gerações futuras cresçam com uma compreensão mais sólida das finanças pessoais. Incentivar a educação financeira desde tenra idade e criar um ambiente onde o diálogo sobre dinheiro seja normalizado pode fazer toda a diferença. Só através desta mudança cultural poderemos capacitar os indivíduos a tomar decisões financeiras mais informadas e seguras.

Que medidas acredita serem necessárias para promover uma educação mais inclusiva e consciente nesse sentido?

Acredito firmemente que precisamos banalizar as conversas sobre dinheiro, poupanças e investimentos. Este processo deve começar nas escolas, estimulando a curiosidade dos alunos sobre o tema desde cedo. É essencial que a educação financeira faça parte integrante do currículo escolar, fornecendo aos jovens as ferramentas necessárias para compreender e gerir as suas finanças pessoais. Além disso, é crucial encorajar os pais, irmãos e avós a discutirem abertamente sobre questões financeiras em casa. Esta partilha de conhecimento e experiência é fundamental para promover uma maior conscientização financeira dentro das famílias. Para ilustrar a necessidade desta abordagem, recordo uma palestra que dei recentemente para alunos universitários, onde metade da sala não sabia se os seus pais tinham ou não crédito habitação. Este facto foi impactante para mim, pois evidencia um grande desconhecimento sobre um tema tão importante, dado que uma parte significativa do orçamento familiar está frequentemente destinada ao pagamento da habitação. Portanto, começar pela escola é o primeiro passo essencial para promover uma educação financeira mais inclusiva e consciente, que preparará as futuras gerações para tomar decisões financeiras informadas e responsáveis.

Qual é o melhor caminho para investir?

Antes de pensarmos em investir, é essencial percorrer o caminho da organização financeira e da poupança. Apenas após uma devida organização das nossas despesas e ganhos é que podemos realmente considerar investir. Além disso, antes de investir em ativos como ações, ETFs ou imobiliário, é fundamental investir em conhecimento. Só assim poderemos maximizar o potencial dos nossos investimentos. A experiência mostra que não devemos simplesmente confiar o nosso dinheiro a outros para investir. Embora existam especialistas na área que trabalham diariamente com este tema, é crucial que compreendamos o nosso próprio perfil de investidor antes de avançar. Saber analisar o produto em que estamos a investir, e colocar as perguntas certas, são passos indispensáveis para tomar decisões informadas e seguras. Investir em conhecimento não só nos ajuda a fazer escolhas mais acertadas, como também nos dá a confiança necessária para navegar no mundo dos investimentos. Portanto, o melhor caminho para investir começa com a educação financeira, seguida de uma gestão cuidadosa das nossas finanças pessoais, e culmina na escolha informada dos investimentos que mais se alinham com os nossos objetivos e perfil.

Acredita que o investimento imobiliário continua a ser rentável mesmo quando é financiado por crédito bancário?

Acredito que sim, e existem inúmeros casos que comprovam essa rentabilidade. O mercado imobiliário é tradicionalmente seguro e tende a valorizar ao longo do tempo, acompanhando a inflação. Embora possa haver períodos de maior ou menor valorização, um investidor informado consegue rentabilizar o seu investimento ao conhecer o mercado e ao decidir entre um investimento a curto ou a longo prazo. Sem o recurso ao crédito bancário, a maioria dos negócios e investimentos imobiliários não seria possível, pelo menos não com tanta frequência, devido ao elevado montante envolvido. Mesmo com as taxas de juro atualmente acima da média dos últimos anos, é viável obter retorno num investimento imobiliário, seja através da compra, remodelação e venda, ou da compra para arrendamento. Não podemos esquecer que, mesmo com taxas elevadas que possam reduzir o retorno esperado, a valorização do imóvel proporciona sempre uma oportunidade de recuperar o investimento inicial e obter lucro na venda futura. No entanto, é crucial reforçar que, assim como todos os outros ativos financeiros, o investimento imobiliário requer estudo e conhecimento. Comprar uma casa própria não torna automaticamente alguém num investidor imobiliário de sucesso. Antes de investir, é fundamental adquirir conhecimento para minimizar riscos e evitar perdas financeiras.

Tendo em conta a situação de crise e a incerteza de muitas pessoas continuarem a cumprir as suas obrigações financeiras, tem sentido um aumento de solicitações, por parte dos clientes?

No último ano, houve realmente um aumento significativo de pedidos de ajuda para renegociações de créditos, com o objetivo de melhorar as condições existentes. As taxas de juro negativas encobriam muitos contratos com condições desajustadas ao mercado. Enquanto as prestações não se alteravam e as famílias conseguiam pagar sem esforço, poucos prestavam atenção às condições que tinham. Com a subida das taxas de juro, muitas famílias despertaram para esta situação e, através de renegociações, conseguiram mitigar os efeitos das subidas, pois as suas condições iniciais eram bastante altas. Além disso, a valorização dos imóveis permitiu a muitas famílias consolidar créditos, juntando ao crédito habitação todos os outros créditos, como automóvel, obras ou pessoais. O lado positivo desta subida das taxas foi a maior consciência financeira por parte das famílias, embora ainda haja muito caminho a percorrer. Continuamos a receber pedidos diários para renegociações, resultando em poupanças mensais que, na maioria dos casos, são superiores a 100€/mês. Estas renegociações permitiram que muitas famílias continuassem a pagar as suas prestações, evitando um aumento significativo de incumprimentos. Foi uma resposta positiva do mercado, demonstrando que os ajustes nas condições de acesso ao crédito no passado, como a implementação da taxa de “stress” de 3% sobre a análise, a limitação da taxa de esforço e a obrigatoriedade de entrada, foram bem-sucedidas.

É também um dos principais rostos, juntamente com o seu marido Ricardo Costa, da Decisões e Soluções, com agências em Braga e Vila Verde. Que importância tem este projeto no seu percurso?

A Decisões e Soluções foi o nosso projeto inicial, sendo fundamental para o nosso lançamento como empresários e para o início do nosso percurso na área. Nos oito anos em que temos estado envolvidos neste projeto, conseguimos alcançar a posição de número 1 a nível nacional no setor imobiliário nos últimos quatro anos. Este feito deixa-nos extremamente satisfeitos e orgulhosos do percurso que temos trilhado. Este projeto não só nos permitiu crescer profissionalmente, mas também nos deu a oportunidade de ajudar inúmeras famílias a realizarem os seus sonhos, seja na compra da sua casa ou na obtenção das melhores condições de crédito e seguros. Além disso, temos contribuído significativamente para o crescimento e desenvolvimento dos profissionais que trabalham connosco, proporcionando-lhes formação contínua e oportunidades de carreira. A importância deste projeto no nosso percurso é imensa, pois foi a base que nos permitiu expandir e solidificar a nossa presença no mercado. 

Além do destaque dentro do Grupo Decisões e Soluções, também têm recebido vários reconhecimentos por parte da banca e das companhias de seguros. Como tem sido este percurso de crescimento e reconhecimento?

Sou muito grata por tudo o que temos alcançado nos últimos anos. O nosso sucesso é o resultado do trabalho diário de uma equipa dedicada e da colaboração próxima com os nossos parceiros de negócios na banca e seguros. Juntos, temos conseguido ajudar muitas famílias, e os prémios e reconhecimentos surgem naturalmente como consequência desse esforço. É extremamente gratificante ver o nosso trabalho ser recompensado a nível nacional, especialmente num mercado com profissionais tão competentes. Este reconhecimento não só valida o nosso esforço, mas também nos motiva a continuar a melhorar. Além disso, ter a oportunidade de interagir e aprender com outros profissionais de excelência tem sido fundamental para o nosso crescimento pessoal e profissional.

Que fatores mais têm contribuído para que hoje as agências que dirige sejam bem-sucedidas? Sem dúvida as pessoas!

Sem dúvida, as pessoas! Começámos com sete colaboradores numa agência pequena e, hoje, somos mais de 70 em três agências. É um prazer imenso ver o espírito de equipa e a coesão do grupo, sabendo que todos trabalhamos para um objetivo comum. Além disso, os nossos valores de integridade, honestidade e humildade são fundamentais e estão presentes no nosso dia-a-dia, tanto no relacionamento com os colaboradores, como com os clientes e parceiros. Acredito firmemente que tudo o que fazemos de bom, sem esperar nada em troca, o universo nos devolve em dobro, e isso tem-se comprovado. Mesmo com todas as adversidades e desafios próprios do negócio, temos crescido, evoluído e mantido a nossa equipa unida. Este compromisso com os nossos valores e com as pessoas que nos rodeiam é, sem dúvida, o principal fator do nosso sucesso.

O que procuram quando recrutam pessoas para as vossas equipas? Procuramos pessoas que se identifiquem com os nossos valores: integridade, humildade e honestidade, e que estejam motivadas para crescer e evoluir. Valorizamos o espírito empreendedor, pessoas que queiram mais da vida e que tenham um propósito claro. Mesmo aqueles que ainda não sabem exatamente o que procuram, mas têm a vontade de descobrir e aprender, são bem-vindos. A minha equipa mais próxima é composta por jovens trabalhadores que aspiram à independência, e é um prazer imenso ajudá-los a alcançar os seus objetivos e, eventualmente, vê-los voar por conta própria. Tenho muita sorte com as minhas pessoas e sinto-me grata por poder contribuir para o seu crescimento pessoal e profissional.

A igualdade de género e, consequentemente, de oportunidades, é um tema crucial na sociedade atual. Qual é a sua visão sobre este tema, tendo em conta também a realidade no seu setor de atividade? A igualdade de género é, de facto, um tema muito relevante. Embora haja muitas mulheres no setor, poucas ocupam posições de liderança, o que é um fator comum a muitos outros setores. Gostaria de ver mais mulheres em cargos de direção e acredito que estamos a fazer progressos nesse sentido, mas ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançar a verdadeira igualdade. Reconheço que a mudança está a acontecer, embora de forma gradual. É fundamental continuar a promover políticas e iniciativas que incentivem a igualdade de oportunidades e que permitam às mulheres ascender a posições de liderança.

Como é ser mulher e fazer carreira na área do imobiliário e do crédito habitação? É desafiante, especialmente quando se acrescenta o fator da idade. No setor imobiliário, os desafios são maiores devido à natureza da atividade. Por exemplo, fazer visitas a casas vazias em dias de inverno, quando está escuro, pode não parecer muito seguro, especialmente para uma mulher sozinha. Além disso, existem as críticas da sociedade, dado que é um negócio que envolve investimentos elevados. No entanto, como em todos os setores, o profissionalismo acaba por prevalecer. Na área da banca, os desafios maiores são a idade e o formalismo. Vivemos numa sociedade que ainda associa a banca ao formalismo do fato e gravata e a experiência à idade. No entanto, esta é uma área que está em constante atualização, tanto na oferta de produtos como na procura dos clientes. Nos primeiros meses, senti os olhares e comentários menos confiantes, sobretudo dos parceiros da banca. Mas o trabalho constante resultou em bons resultados e toda a dúvida se dissipou. Deixei de ser vista como a “menina dos créditos” para passar a ser reconhecida como a Diretora de Crédito, algo que me deu um grande prazer. Este reconhecimento é uma prova de que, independentemente do género ou da idade, a competência e o profissionalismo são sempre valorizados.

Quais são, na sua opinião, as principais características diferenciadoras da liderança feminina nas empresas?

A liderança feminina tende a ser mais próxima e compreensiva. Vai além do âmbito profissional, preocupando-se com o enquadramento pessoal dos colaboradores. É importante saber como a pessoa está e o que pode estar a acontecer na sua vida fora do trabalho, que possa interferir no seu desempenho profissional. A velha máxima “a vida pessoal deve ficar fora da porta do trabalho” já não faz qualquer sentido, pois sabemos quão impossível isto é. Ter um líder que compreenda este desafio e se preocupe com o bem-estar integral dos seus colaboradores é um diferencial significativo. A liderança feminina frequentemente promove um ambiente de trabalho mais empático e solidário, onde os colaboradores se sentem valorizados e compreendidos, o que pode resultar em maior motivação e produtividade.

Que tipo de liderança valoriza?

Valorizo uma liderança de igual para igual. Esforço-me por conhecer todos os pontos de trabalho da minha equipa, colocando-me literalmente no lugar deles para compreender os seus desafios. Desta forma, sei exatamente do que falo sempre que lanço um objetivo. Acredito que uma liderança eficaz deve ser empática e participativa, facilitando uma comunicação aberta e uma colaboração mútua. Quando os líderes se envolvem diretamente com as tarefas e as dificuldades dos seus colaboradores, criam um ambiente de respeito e confiança, onde todos se sentem valorizados e motivados a dar o seu melhor.

Como é que garante o equilíbrio necessário entre a vida pessoal e os negócios?

Esforço-me bastante para manter esse equilíbrio, embora nem sempre consiga totalmente. Adoro o que faço e sou apaixonada por desafios, o que muitas vezes me leva a aceitar mais do que devia, comprometendo os meus horários. No entanto, faço um esforço consciente para que os fins de semana e finais de dia sejam dedicados inteiramente à minha família. Acredito que este equilíbrio é fundamental para manter a sanidade e a felicidade tanto na vida pessoal como profissional, e procuro sempre melhorar nessa área.

O que é que lhe falta ainda realizar, seja a nível pessoal ou profissional?

Ainda tenho muito por conquistar, afinal, tenho apenas 31 anos. A curto prazo, o meu maior objetivo é tornar-me uma referência na área da intermediação de crédito e seguros de proteção pessoal. Quero continuar a crescer e a aprender, sempre com o objetivo de ajudar mais pessoas a alcançarem a sua liberdade financeira e a fazerem escolhas informadas. Tanto a nível pessoal como profissional, tenho muitos sonhos e metas que pretendo concretizar nos próximos anos.

Para terminar, como vê a evolução do setor da intermediação de crédito nos próximos anos?

Acredito que vamos assistir a um crescimento exponencial da importância e reconhecimento deste setor por parte dos clientes e dos parceiros. À medida que mais pessoas reconhecem os benefícios de trabalhar com um intermediário de crédito para obter as melhores condições financeiras, a procura por esses serviços só tende a aumentar. Além disso, prevejo uma maior regulamentação por parte do Banco de Portugal, visando profissionalizar ainda mais o setor e os seus profissionais. Isso não só aumentará a transparência e a confiança no mercado, como também garantirá que os clientes recebam um serviço de alta qualidade e alinhado com as melhores práticas. Em resumo, vejo um futuro promissor para a intermediação de crédito, onde o crescimento e a regulamentação serão pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável do setor.

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