Com mais de duas décadas de carreira na banca e como docente universitária, Carina Meireles é uma consultora especialista em Finanças Pessoais e Empresariais. Em maio de 2021 lançou o website www.carinameireles.pt, um projeto que reflete o seu percurso e o conhecimento adquirido na área financeira. No mesmo ano, apresentou também o blog Milla & Família para tornar mais acessível às famílias os diversos temas que gravitam em torno da literacia financeira.

E porque falar de dinheiro não é fácil, tornando-se mais difícil quando o fazemos com as crianças, este blog pode ser um apoio importante na educação financeira dos mais novos, com conteúdos adaptados a cada idade e pensados de forma lúdica, divertida e muito fácil de compreender. O grande objetivo é ajudar a educar as crianças na sua relação com o dinheiro. Mostrar-lhes como este tem um papel tão importante nas nossas vidas no presente e no futuro e que, se aprendermos a poupar desde cedo, o futuro vai ser mais próspero. «Muitos pais não sabem como falar do assunto e esquecem-se que, se envolverem os filhos em pequenas brincadeiras, a educação financeira pode ser muito divertida e muito mais eficaz. Assim, à medida que elas vão crescendo, podem ser incluídas nas decisões financeiras da família, sempre com muita diversão à mistura, com histórias e atividades que tornem o assunto de fácil compreensão», explica Carina Meireles à Revista Minha.

Ao simplificar conceitos como a ideia de poupança, a diferença entre querer e precisar, ou até mesmo a gestão cuidada da semana ou mesada, e como rentabilizar o dinheiro, este blog, segundo a consultora financeira, «ajuda as nossas crianças a serem adultos mais responsáveis no futuro».

Neste espaço, «podemos brincar e aprender, com histórias divertidas, mas didáticas, de forma a que tudo se torne mais fácil». Para Carina Meireles, «este mundo das Finanças pode e deve ser explorado, como se de uma caça ao tesouro se tratasse, onde as crianças fazem parte dele e procuram descobrir novas formas, com a ajuda dos pais para chegar longe e concretizar sonhos». Com a ajuda da Milla, do Gutto e do melhor amigo Lecas, juntos vão embarcar numa aventura, «cheios de vontade de saber mais sobre educação financeira e partilhar com os pais muitas das brincadeiras, porque as finanças devem fazer parte da vida de todos».

Para além da literacia, este blog promete «dar muitas brincadeiras, muitas histórias e muita aventura, para que o tema das finanças, deixe de ser um bicho de sete cabeças e passe a fazer parte da vida de muitas famílias, através da aprendizagem de conceitos atuais, muito voltados para a família». A responsável convida todos a visitar o blog, prometendo que fará toda a diferença na gestão da vida financeira familiar. «Venha fazer parte desta família e aprender mais e mais, sobre este tema que promete ficar na moda, e porque o saber não ocupa lugar. Um espaço para descomplicar as finanças no mundo das crianças», assinala.

As Finanças e os pequenos

Desde a mais tenra idade até o início da vida adulta, o tema dinheiro pode ser um grande aliado das famílias e dos mais pequenos. Como instrumento educativo possibilita a discussão de temas como os desejos, as prioridades, o planeamento e os objetivos de vida, entre muitos outros. Falar sobre finanças é uma oportunidade única para o desenvolvimento emocional e intelectual de cada indivíduo, independentemente da idade. Carina Meireles regista a importância de os pais tornarem os filhos como parte integrante de alguns processos e deixa algumas práticas que devem ser implementadas em crianças e jovens dos 3 aos 18 anos.

3-6 anos

Nesta idade as crianças estão no seu Mundo, e temos que entrar nele para que elas comecem a introduzir conceitos sobre o dinheiro, o que é, para que serve, a sua importância e valor. É o momento ideal para a criança ter um mealheiro e começar a ter a perceção entre desejos e necessidades. Num simples gesto como fazer compras, envolvendo a criança no processo juntamente com a família, e introduzindo a poupança por objetivos. Também nesta idade é importante mostrar à criança como é possivel ajudar os outros, através da partilha de brinquedos de roupa que pode ser entre irmãos ou dar a crianças que precisem explicando o porquê.

7-12 anos

Nestas idades podemos dar continuidade à poupança por objetivos e começar  a introduzir conceitos associados ao trabalho, ao desejo de ter e o que fazer para o obter e quais os impactos. A criança pode ser recompensada pelo desempenho de pequenas tarefas no dia a dia, através de uma semanada. Com a introdução deste conceito de semanada e como forma de ir dando a conhecer à criança a sua importância e o que pode fazer com o dinheiro, orienta a criança para conceitos fundamentais ligados à gestão do dinheiro. À medida que o seu filho cresce, pode ir reforçando a ideia que ele próprio deve saber gerir a semanada, sob pena de não receber mais no caso de a gastar na totalidade. Com o avançar da idade é importante que comece a pensar no sentido de responsabilidade e qual o impacto de um potencial aumento de valor por semana. Aprender a economizar ainda com o porquinho, é um ponto de partida para que, possa começar a pensar em ter uma conta poupança onde o seu filho perceba o porquê desse passo e quanto ele pode ganhar com isso,  desta forma vai dar mais valor ao dinheiro, e vai começar a sentir a importância da responsabilidade e querer acompanhar a evolução do dinheiro na conta.

13-15 anos

Saber poupar com objetivos e saber como gastar da melhor forma. Nestas idades e com o exemplo dos pais, desde cedo é importante que as crianças tenham objetivos bem definidos de poupança, podendo ainda permanecer com o mealheiro caso gostem. Nestas idades já podemos começar por explicar conceitos como: orçamento, planeamento, ensinar a importância do consumo consciente, a respeitar o valor das coisas, que guardar dinheiro desde cedo é um hábito a considerar, etc. Começar a traçar objetivos de longo prazo, já a pensar no que tem de fazer para os concretizar e ao mesmo tempo ganhar consistência nos conhecimentos, do que pode e deve fazer com o dinheiro. Explicar o que são os cartões  e para que servem e como os podemos utilizar com moderação e atenção. Começar a falar de conceitos importante, tais como: poupar para entrar na faculdade e qual o impacto na vida da criança.

16-18 anos

Nestas idades pode ser interessante mudar de semanada para mesada, onde já irá existir uma consciencialização da importância de economizar dinheiro e qual será o impacto no seu futuro. Conceitos como contas bancárias, cartões, investimentos, como fazer crescer o dinheiro, o que é um crédito, vantagens e desvantagens, etc, são alguns dos conceitos que fazem sentido para preparar o jovem para a faculdade.

E como o saber não ocupa lugar é importante descomplicar progressivamente as Finanças e com as crianças torna-se ainda mais essencial.