No âmbito do meu Mestrado em Gestão e Negócios, realizei esta semana com o meu grupo um trabalho sobre Empenho Organizacional, na disciplina (ou devo dizer cadeira?) de Comportamento Organizacional. Uma das conclusões mais curiosas do nosso estudo foi que a satisfação no emprego – com o cargo, salário, espaço físico da organização e horário de trabalho – não impacta tão significativamente o empenho dos trabalhadores quanto a confiança destes na organização e nas chefias. Ou seja, quando há uma identificação com os valores pelos quais a empresa se rege e a certeza de que estamos seguros na organização, estes, sim, são fatores que nos levam a querer fazer um melhor trabalho. Interessante, não é? Isto demonstra como somos seres emocionais. Somos muito mais guiados pela emoção, pelas pessoas, e se gostamos delas ou não, do que pela lógica ou pelo que deveria ser certo. Podemos comprovar esta teoria com um exemplo. Participei, recentemente, num workshop sobre entrevistas de emprego dinamizado por uma profissional de recursos humanos e processos de seleção. Ela própria confessou que, muitas vezes, é importante “cair nas boas graças” dos entrevistadores e que também eles podem favorecer um candidato que os envolva com uma conversa interessante. Considero-me uma “pessoa de pessoas”. Isto, explicado de uma forma simples, é o mesmo que dizer que, entre trocar vários e-mails para receber ajuda ou deslocar-me e resolver a questão em dois minutos no “mundo real”, eu escolho a segunda. Já por duas ocasiões colegas disseram-me: “tu tens jeito para falar com as pessoas”. Este “jeito” a que se referem é uma combinação entre gosto, sensibilidade e interesse. Gosto ou paixão, porque adoro falar com pessoas, ouvir as suas experiências de vida, os seus conselhos, aprender com elas. Sensibilidade, para entender que aquela pessoa hoje está diferente, para compreender um significado subliminar em algo que disse ou para conseguir pôr-me no seu lugar. E interesse, porque as pessoas fascinam-me e, por isso, desde que me lembro que sou uma autodidata em temas como psicologia, relacionamentos interpessoais e inteligência emocional. Por mais avançada que seja a tecnologia desenvolvida, haverá sempre pessoas e será para sempre preciso saber lidar com elas para liderar, para incentivar, para influenciar. É nos Toastmasters que estou a evoluir neste sentido. E quanto mais aprendo, também mais compreendo sobre o outro – sobre como também sou influenciada. É um novo mundo interessantíssimo que se abre, e do qual não há volta. Uma vez adquiridas certas competências, não conseguimos mais ignorá-las ou regredir. Torna-se parte de quem somos. Se experimentarem vão perceber o quão é importante ser um/a bom/boa orador/a, assim como ter empatia, compreensão, paciência e vontade de resolver os atritos. Só assim evoluiremos como seres humanos e deixaremos um rasto de flores por onde passarmos.
Rute Silva,
Estudante de Mestrado e membro do Braga Toastmasters