Opinião

Perspetiva Zero

Natal

 

Atualmente, vivemos num mundo onde o consumismo está cada vez mais presente. A sociedade tornou-se consumista a partir do momento em que percebemos que podemos ter mais das mesmas coisas, sem sequer precisar delas. A época natalícia representa levar o nosso consumismo ao limite. Esquecemo-nos que nem sempre precisamos de ter muitas coisas para sermos felizes, porque a felicidade está nas coisas mais simples da vida. Por outro lado, podemos usar o nosso lado consumista, e ajudarmos aqueles que durante a pandemia perderam as poucas coisas que tinham. Devíamos, então, pensar nos mais necessitados, porque o Natal representa dar e ajudar os outros. Neste Natal, a simplicidade da felicidade está em ajudar, e devíamos orgulhar-nos de dizer que conseguimos ajudar alguém a ultrapassar um momento difícil, através do nosso consumismo. A sociedade precisa de acordar e perceber que existem certas coisas que não podem ser compradas, como a felicidade, o amor ou a família. Isto é que é o Natal. Ajudar não custa, o que custa é ver algumas pessoas com tanto a não quererem ajudar os que têm tão pouco.

Gabriela Silva

Lisboa, dia 26 de outubro, às 11 da manhã. Apresento-vos a ilustre Praça do Comércio, onde o espírito do consumismo nasce e procria no interior de cada um. Já começa a ser visível a decoração natalícia naquela que é uma das mais belas praças da Europa. São múltiplas as pessoas que vagueiam pelo Terreiro do Paço, partilhando algo que as une fortemente: a nostalgia. Certamente que a ansiedade da novidade e das promoções as fez esperar incessantemente por um lugar para estacionar o carro, mas é a alma e a nostalgia que tornam o comércio único e intergeracional no coração de Lisboa. Este capta a atenção de todos, independentemente da cor racial, do poder económico e do nível de instrução. Apresenta uma riqueza admirável, não só devido à sua diversidade, mas também à sua inclusão. Não estamos perante um comércio destinado a marcas ou restaurantes de luxo apenas, há uma procura constante de inclusão de idades, géneros, nacionalidades, estilos, … E a arte? A forma como a arquitetura daquela praça nos envolve é mágica. A grandiosidade dos arcos, os padrões simbólicos na calçada e a luz que rodeia cada indivíduo remete para o tempo em que fomos grandes, maiores do que qualquer outro povo. São todos estes pormenores que tornam o ar mais límpido, preços mais acessíveis, caras mais felizes, famílias mais unidas e comerciantes otimistas. Todo este contexto permite que nunca morra o espírito nostálgico e de união daquele local. Revela-se incrível existirem fatores tão simples, mas tão determinantes para o sucesso do comércio. Somos nós que também o tornamos diferenciado, único e especial.

Joana Rebelo

Shot with NOMO CAM Kodak.

O Natal é, para mim, um dos momentos mais especiais do ano. Vejo o Natal com alegria. Alegria que sinto ao ver uma mesa rodeada de gente que me aquece o coração. Esta é a principal essência que retiro desta celebração tão estimada. O Natal está cada vez mais ligado ao “receber e dar presentes”, o que pode prejudicar um pouco o seu principal significado. Claro que não é errado comprar presentes, o que é, de certa forma, incorreto é achar que o Natal é só isso. Apesar disso, é obvio que o verdadeiro significado desta época, depende dos sentimentos em relação a ela. Existe uma necessidade por parte das pessoas de comprar coisas, sejam elas quais forem, que muitas vezes nem são necessárias, apenas porque é Natal e porque é uma época que realmente nos faz querer comprar. Com isso vem a consciência que é importante ter presente. Será que precisamos mesmo do que estamos a comprar? É realmente essencial pensar nisto para não contribuirmos para um consumo exagerado, que muitas vezes acontece perto desta data. Pelo Natal estar tão ligado a este consumismo, realmente não é difícil que ele perca o seu principal significado. Desta forma, torna-se indevido quando o Natal se transforma só numa celebração para receber algo que queremos.

Liliana Martins

A nossa mente pode ser gulosa, pode fazer com que nós olhemos para os sonhos em forma de compras ou consumo. Basta sair à rua e podemos perceber isso, a quantidade de gente a usar uma certa marca, mas a sonhar com outra, uma melhor, mais exclusiva. De facto, é algo que diz muito sobre a mentalidade e evolução do ser humano, aprecio isso. Não há nada melhor que um bom desafio para nos manter com fome de melhorar. No desporto ou no entretenimento, o desafio é maior, é para nós, o público, e para eles, os desportistas. Eu acompanho a comitiva do desporto automóvel, acredito que é difícil existir alguém mais materialista do que os fãs ou trabalhadores deste belo mundo. Será que compro um boné da Mercedes ou da Ferrari? É difícil, mas se a Mercedes ganhar a corrida se calhar já me faz comprar esse mesmo.

Ricardo Ferreira

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