Sofia Franco é mãe, esposa, cronista e tantas outras coisas que os dias exigem. Fundou o blogue “Not Just 4 Mums” e é com ele que ocupa grande parte do seu tempo. Foi com a maternidade – tem três filhas: de 8 e 5 anos e uma bebé de 8 meses – que descobriu as novas emoções que hoje em dia a fazem procurar e dar a conhecer incessantemente exemplos femininos de irreverência e persistência.
O tema ficou a martelar-me na cabeça enquanto tentava digitar palavras no computador ordenadas em frases que fizessem sentido.
Achei-me incapaz de escrever com graça porque sou daquelas pessoas que não tem graça nenhuma. Desisti há muito de contar piadas porque piada minha não tem piadinha nenhuma. Não sou uma pessoa mal disposta ou sisuda, pelo contrário, tenho uma gargalhada fácil e até acho piada a quem de facto tem piada. Gosto de comédias, e acho mesmo que as pessoas que têm o dom de fazer as outras rir são pessoas com um QI acima da média. Acima do meu com toda a certeza! Se tiver QI para perceber a própria piada já fico orgulhosa de mim própria! Tudo isto para mostrar que tentei com todas as minhas forças escrever um texto engraçado, com humor, mas como habitual fico pela tentativa. Não custa tentar, mas custa conseguir. Escrever humoristicamente é talvez das escritas mais difíceis que conheço, até porque muitas vezes o público é exigente, tem demasiadas dores na vida para se esquecer delas e soltar-se ao ponto de sorrir, rir e gargalhar.
Acho mesmo que esta capacidade só a tem quem leva a vida a sério, quem sabe que a vida é séria demais para ser levada com seriedade. Há que rir, fazer rir e chorar de tanto gargalhar. Há que chorar a rir até cair. Não conheço ninguém que tenha imensa piada, que faça do humor a sua profissão, conheço muitos engraçadinhos, outros que acham que têm piada e conheço uma pessoa que leva a vida dessa forma leve, nem sempre fácil de se levar. Carrega em si a fantástica arte de me fazer, mais do que rir, feliz. Para as pessoas sérias talvez seja uma parvoíce pensar que a vida pode ser levada com esta leveza. Diriam até que existe uma certa superficialidade aliada a esta (in)capacidade de levar a vida com seriedade. Eu cá acho mesmo que a incapacidade é de quem leva a vida com demasiada seriedade. Prefiro ganhar rugas a rir do que perder tempo a chorar. Conheço uma pessoa assim, capaz de esquecer o que a faz chorar para se concentrar no que a faz feliz. Não posso precisar em que momento da vida toldamos o nosso pensamento e perdemos a habilidade de nos “escangalharmos” de tanto rir. Mas admiro com todas as minhas forças quem faz da vida uma piada e quem com piada vive a vida.
Humor. Essa habilidade acessível a só quem verdadeiramente ama viver. Capacidade séria só para profissionais em levar a vida a sério. Seres maravilhosos com piada, com riso na alma e sorriso nos lábios. Evoluir. Sorrir.
Sofia Franco
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