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Roteiros pelo Património (Vila Nova de Cerveira)

O Verão chegou ao fim e entramos agora no Outono, com os seus cheiros característicos e as suas cores que pintam, por exemplo, as árvores da nossa paisagem minhota.

Depois de tanto tempo fechados em casa, acreditamos que podemos começar agora a sair um pouco mais e a regressar lentamente à nossa normalidade, sem nunca esquecer as regras essenciais para não voltarmos atrás.
Por isso, em família, acredito ser possível dar um passeio nesta época para rever aquilo que já não vemos há tanto tempo. E um destes locais que quero rever, e por isso vos levo até lá, é Vila Nova de Cerveira.
A viagem pode ser feita de duas formas, ou pela entediante A3, desde Braga até Valença, entrando depois na EN 13, ou, depois de chegar a Viana do Castelo, entrar na EN 13 e subir pela costa atlântica até Caminha e depois entroncar na margem do Rio Minho até Vila Nova de Cerveira. Esta última hipótese é, para mim, a mais bonita de fazer pela paisagem que vamos encontrando ao longo de todo o caminho. Fica apenas um alerta. Esta EN 13 tem várias limitações a 50 km que têm de ser respeitadas. Mas como estamos em passeio e não há pressas, isto acaba por ser um pormenor que não deve ser descurado.
Uma vez chegados a Vila Nova de Cerveira, estacionar não é grande problema, uma vez que existem vários locais onde deixar o carro. Contudo, e num aparte, fica um pequenino desafio… que tal deixar o carro em Viana do Castelo e fazer o percurso restante de comboio, na linha do Minho que já está eletrificada?
Em Vila Nova de Cerveira não faltam motivos de interesse, dos quais já vos falei aqui nestas páginas da revista Minha. Hoje, a minha sugestão é para um dos maiores monumentos desta vila do Alto Minho, o fantástico castelo que foi mandado construir no século XIV pelo rei D. Dinis.

Depois de passar à frente da igreja matriz, poucos metros à frente, do lado esquerdo surge a entrada do castelo, com a sua magnífica porta, denominada Porta da Vila ou ainda Porta de Nossa Senhora da Ajuda, onde encontramos o escudo dionisíaco.

Se tiver paciência, pare mesmo em frente a esta porta e admire-a e, sem grande dificuldade, vai descobrir a capela que fica mesmo por cima. Não hesite em visitar este pequeno templo que é uma verdadeira joia artística. Para além da sua arquitetura interior, admire os painéis de azulejos que a enriquecem.

Para além desta porta, o Castelo de Vila Nova de Cerveira possui uma outra que fica do lado oposto, que dá para o rio Minho. Ela é mais pequena e pode ser considerada aquilo que é conhecido nestas estruturas defensivas como a Porta da Traição.

Caso esteja com familiares e amigos, explique-lhes que a Porta da Traição era a saída utilizada em caso da tomada do castelo pelo inimigo, ou seja, era por ali que se fugia em caso de derrota.

Mas, voltando à Porta da Vila, para além do escudo de D. Dinis, que se encontra numa das paredes da chamada Torre dos Mouros, que deve ter sido a torre de menagem deste castelo, pode encontrar um outro escudo, este pertencente ao rei D. Fernando, que foi o grande reformador do castelo, modernizando-o naquela altura, adaptando-a às novas exigências da arte da guerra. Outro exercício que pode fazer é olhar para estas pa- redes do Castelo de Vila Nova de Cerveira e descobrir, garanto-vos sem dificuldade alguma, as denominadas siglas de pedreiro. São pequenos símbolos que eram utilizados pelos pedreiros como assinatura e demonstração que aquele trabalho era deles e pelo qual deviam ser pagos. Aproveite, dê a volta pela muralha, aprecie o rio Minho e até pode imaginar as guerras com os nossos, agora grandes amigos, galegos.

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