© Nuno Cerqueira
Sem Treta

Mia levou a MINHA a conhecer a modalidade que tem no Cávado um local “brutal” para a prática

É uma das modalidades que mais cresce no mundo e saiu do Surf. Chama-se Stand-Up Paddleboarding (SUP) e junta equilíbrio, movimento em cima de uma prancha grande e uma pá para deslocação através da água, seja mar ou rio. Como tudo na vida, há sempre alguém que se destaca nesta modalidade e nós fomos conhecer a Mia Soares Silva, que aos 14 anos de idade é uma das atletas mais promissoras do mundo.

Não acredita? Só este ano Mia, assim é conhecida, foi campeã nacional de SUP Race Sprint, na prova de maratonas. Só Mia e outra atleta, já com idade de sénior, acabaram a prova nacional. A nossa entrevistada foi ainda vice-campeã nacional de SUP Race Técnico em sub15 e sub18.

A viver em Esposende, na Barca do Lago, Mia representa o Clube Fluvial Vilacondense e faz do rio Cávado local de um dos treinos.

“É um rio excelente. Magnífico para a prática desta modalidade, pois permite evoluir muito, até porque o vento não é lateral, o que nos permite um melhor treino”, frisa a atleta que, aos 14 anos frequenta uma programa de “estudo em casa”.

“Face à Covid-19 fiquei em casa, como todos os meus colegas. No entanto, os meus pais pediram para frequentar o estudo doméstico, o que foi permitido. É o melhor para mim”, diz a jovem atleta que, desta forma, alterna os treinos com o ensino em casa.

Mia explica que a modalidade exige “estar de pé em cima de uma prancha, resistência, forças de braços e equilíbrio”.

“Experimentei uma vez e comecei a andar com o meu pai. Depois perguntei-lhe se podia competir e foi assim que comecei aqui em Esposende. Entretanto, para praticar a modalidade em termos de competição entrei para o Clube Fluvial Vilacondense”, destaca.

A jovem atleta refere que muitos dos treinos são no mar, o que por vezes a “assusta”.

“É preciso muito treino e coragem, pois quando o mar está bravo mete medo e é difícil”, aponta.

Questionada sobre o segredo para aos 14 anos anos ser já uma referência, a resposta é simples: “muito treino”.

“Tenho o sonho de um dia chegar aos Jogos Olímpicos, pois prevê-se que a modalidade vai atingir esse patamar face ao crescimento que tem. Se isso acontecer, gostava de lá estar na primeira prova. Até lá vou tentar fazer o circuito europeu, com provas em França, Espanha e outros países”, aponta Mia.

A atleta, que faz parte do #supmiaproject, conta que o mais difícil da modalidade são mesmo os apoios.

“Temos tido a sorte de conhecer alguns privados que nos estão ajudar. Estou muito agradecida por isso, mas não é fácil estar nestas modalidades que fogem ao padrão”, frisa.

COMO SURGIU?

O SUP aparece em 1940, no Hawai, e acaba por surgir como desporto em 2001, quando Laird Hamilton, um surfista famoso, começou a SUPing. Os paddleboarders, assim se chamam os praticantes, dizem que a modalidade se revela como uma forma de conhecer mar, lagos, baías e rios de um outro ângulo. Muitos utilizam a modalidade para ações de limpeza. No caso de Esposende, há uma concentração de Pais Natal que fazem um descida do rio em SUP.

É BOM PARA A SAÚDE?

Os especialistas dizem que o SUP proporciona “excelentes benefícios para a saúde” e é “um fantástico treino de tecido muscular de corpo inteiro”. Independentemente da idade ou do nível de aptidão física, o SUP é simples de descobrir, assim como pode ajudar a mente face à conjugação de fatores como equilíbrio, ambiente, água e quedas que dão asas a largos sorrisos. O SUP derrete também toneladas de calorias e, inevitavelmente, é um meio para desligar um pouco da tecnologia.

A PRANCHA

Existem três tipos de prancha: as insufláveis, duras e com tops macios. As pranchas insufláveis foram criadas pela primeira em 2014 e têm ajudado a expandir a popularidade da modalidade, pois são mais confortáveis para manter em casa e também para transporte. Quando esvaziadas, estas placas enrolam-se até ao tamanho de um saco de descanso. Ao contrário do que se pensa, os insufláveis SUP são tão rígidos como placas “epoxy”.

As pranchas de remo Epoxy, também conhecidas como “SUP duro”, são as pranchas de remo de design tradicional. As pranchas de remo macias são perfeitas para principiantes. 

Em Portugal a modalidade é tutelada pela Federação Portuguesa de Surf, que este ano teve que reduzir o número de provas face ao contexto pandémico.

Nuno Cerqueira
Jornalista

 

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