Txt: Luísa Teresa Ribeiro

A terceira edição do Tua Festival de Percursos Pedestres arranca em março em Carrazeda de Ansiães, seguindo para Mirandela, Alijó, Vila Flor e Murça. Promovida pelo Parque Natural Regional do Vale do Tua, esta iniciativa alavanca o turismo num território transmontano rico em natureza, paisagem, cultura, património, gastronomia, tradição e identidade.

Atrair visitantes ao Vale do Tua, combatendo a sazonalidade da procura turística, é o objetivo do terceiro Tua Festival de Percursos Pedestres, levado a cabo pelo Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT).

A iniciativa arranca em Carrazeda de Ansiães, nos dias 22 e 23 de março, continuando em Mirandela, a 26 e 27 de abril; em Alijó, a 24 e 25 de maio; em Vila Flor, a 6 e 7 de setembro; e encerrando em Murça, a 4 e 5 de outubro. 

O programa foi divulgado numa ação que decorreu no Welcome Center do Turismo do Porto e Norte de Portugal no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, depois da apresentação oficial no Miradouro da Paixão, em Arnal, no concelho de Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança.

A sessão no aeroporto contou com a presença do diretor do PNRVT, António Luís Marques, do presidente da entidade regional de turismo, Luís Pedro Martins, e da chefe de Divisão de Turismo da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, Alexandra Lopes. O evento incluiu a degustação de produtos icónicos de Carrazeda de Ansiães, designadamente maçã, vinho e azeite, que deliciaram os turistas.

O responsável pelo PNRVT explica que esta edição pretende dar mais visibilidade a um «produto que já foi lançado à terra e pegou muitíssimo bem», tendo as inscrições das edições anteriores esgotado com muita antecedência. A meta é, agora, «puxar um pouco mais pelo Parque do Vale do Tua, para que a sua visibilidade e a sua atratividade possam crescer».

O evento estreia a nova designação, que substitui o nome Tua Walking Festival, numa aproximação ao território. António Luís Marques sublinha a vontade de manter uma comunicação estreita com a população local, fazendo com que «quem vive no território sinta que vale a pena viver ali e defender um valor patrimonial e natural que é inestimável».

«Nós temos de ter vaidade, temos de ter gosto num território com muitas particularidades e singularidades, que o tornam único», declara, enfatizando aspetos como a natureza, as paisagens, a biodiversidade, o património, a cultura, a gastronomia, as tradições e a «gente que sabe receber muito bem».

Para dar a conhecer toda esta riqueza, o programa foi estruturado para percorrer os cinco municípios da área de abrangência do Parque Natural, em cinco fins de semana, entre março e outubro, com interrupção no verão. «Um dos grandes desafios que este território enfrenta é a questão da sazonalidade. Com este tipo de produtos conseguimos que ela seja esbatida. Isso consegue-se verificar pela ocupação na restauração e no alojamento», explica.

Em relação aos participantes, «o Litoral Norte do país tem uma presença muito marcante», sendo 70% oriundos das zonas de Porto e Braga. «A nossa vontade é termos pessoas de todo o país e de todo o mundo», diz. 

Enfatizando que «é possível visitar o Vale do Tua durante todo o ano», António Luís Marques deixa o convite para que quem não conseguir fazer a inscrição nas caminhadas visite à mesma o território, pois há imensos motivos de interesse. «O Parque tem muito mais vida para além do Festival de Percursos Pedestres», assegura, lembrando a enorme biodiversidade, o Dark Sky, com sítios certificados nos cinco municípios para astroturismo, e o Birdwatching.

Festival aproxima participantes das comunidades locais

O Tua Festival de Percursos Pedestres promove a aproximação dos participantes às comunidades locais, como explica Domingos Pires, da PORTUGALNTN, empresa de turismo de natureza responsável pela estruturação do programa, em estreita colaboração com os municípios e com supervisão do PNRVT.

«No primeiro dia, em cada um dos municípios, há atividades culturais, workshops, feiras e festas, há uma aproximação dos participantes no festival com as comunidades locais, e no segundo dia realizamos a caminhada, que é o mote do Tua Festival de Percursos Pedestres», explica. 

Domingos Pires nota que as populações «se querem envolver cada vez mais» nesta iniciativa, mostrando aquilo em que têm mais orgulho. «O figurino, embora seja o mesmo, continua a ser sempre inovador, porque há atividades completamente distintas. Os percursos são sempre diferentes, e nesta edição vamos ter percursos verdadeiramente fantásticos em termos paisagísticos, que retratam muito bem a diversidade e a excelência do Parque Natural», realça.

O festival admite, no máximo, 250 pessoas em cada uma das iniciativas, sendo as inscrições obrigatórias. Quem se inscrever nos cinco fins de semana recebe um brinde especial. As inscrições podem ser feitas em https://parque.valetua.pt/tua-festival-percursos-pedestres/

Turismo de natureza em crescimento

O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal destaca que o turismo de natureza é um segmento em crescimento. Luís Pedro Martins explica que a entidade regional tem apostado nesta área porque existe «uma oferta fantástica para apresentar aos turistas, onde o Vale de Tua é um excelente exemplo, mas também porque é uma das tendências em crescimento», perspetivando que essa tendência «se vai acentuar, de certeza absoluta, em 2025».

O dirigente regional revela que a candidatura apresentada ao Programa Regional contempla «uma fatia significativa» para a promoção do turismo de natureza. «Na região, o turismo de natureza que tem à cabeça o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o único parque nacional do país, mas também tem parques naturais e geoparques. Nós temos uma riqueza muito grande ao nível da biosfera. É tudo isto que nós vamos promover em 2025», adianta.

Em relação ao Vale do Tua, realça a existência de empresas de animação turística que trabalham as potencialidades locais junto dos turistas. «Felicito essa visão que o Parque Regional de Vale do Tua teve em chamar empresas para trabalharem melhor o produto, empresas que conhecem o terreno melhor do que ninguém e que qualificam oferta e a experiência daqueles que visitam o território», afirma.