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JOSÉ MARIA COSTA: «VIANA DO CASTELO É UM TERRITÓRIO DE OPORTUNIDADES»

Está a cumprir os últimos meses como presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo. Que balanço faz do período em que presidiu os destinos do município? É sempre difícil ser juiz em causa própria. Procurei fazer o melhor trabalho possível, melhorando o que tinha sido efetuado pelo meu antecessor. Nestes 12 anos, houve uma linha de atuação bem vincada que passou por aumentar a competitividade do concelho. A aposta passou por melhorarmos as condições de atratividade, criando mais emprego, infraestruturas e gerar mais acesso à cultura e ao desporto. O nosso compromisso sempre foi servir a população e, com estas medidas, quisemos também promover a fixação dos jovens no concelho. Foi uma das grandes prioridades da minha equipa!

Daquilo que foi concretizado, que obras quer destacar? Fruto de uma extraordinária equipa técnica que a Câmara possui, mas também do enorme desempenho que o município apresenta, mesmo em termos de negociação política, conseguimos concretizar infraestruturas e projetos que são fundamentais para a competitividade do concelho, no presente e para os próximos anos. Uma das maiores obras de sempre foi a modernização da Linha do Minho, entre Nine e Valença. Outra obra de relevo foi o rebaixamento do acesso marítimo ao Porto de Mar de Viana do Castelo, permitindo aumentar a competitividade do nosso Porto de Mar e dos Estaleiros Navais, agora West Sea, e melhorar a respetiva acessibilidade marítima. Noutro âmbito, existem duas  novas intervenções, que já estão inscritas no Plano de Recuperação e Resiliência, e que vão ajudar a estruturar o território. Uma delas é a nova Ponte no Rio Lima, que ligará Deocriste e a EN 202 em Nogueira. A outra diz respeito à nova via de acesso à Zona Industrial do Vale do Neiva, uma ligação entre o Vale do Neiva e a autoestrada A28. São todas obras estruturantes que permitem que o próprio concelho se possa desenvolver, mas, na verdade, todas as obras foram importantes para o crescimento de Viana do Castelo.

Como é que o concelho de Viana do Castelo tem vivido com a Covid-19? Com grande dificuldade. A Covid-19 é a maior crise pandémica que enfrentamos e criou uma enorme instabilidade económica e social. Felizmente, aqui a crise económica não foi tão profunda, comparativamente, com outros concelhos que estão mais dependentes de uma monocultura empresarial. Procuramos estar sempre atentos às necessidades da população, apoiamos as nossas instituições de solidariedade social e o Sistema Nacional de Saúde, criando mecanismos e condições técnicas e operativas, como são exemplo o Centro de Vacinação e o Hospital de retaguarda. O objetivo sempre passou por minorarmos o impacto da pandemia.

Viana do Castelo está, de facto, num bom ritmo de crescimento, não só de afirmação do seu potencial económico e empresarial, mas também no setor das exportações

Como define o concelho de Viana do Castelo? É um concelho em franco desenvolvimento, que tem vindo, na última década, a ter uma trajetória de crescimento e sustentabilidade. Desde 2013 a 2018, subimos 16 pontos no ranking nacional. Hoje em dia, Viana do Castelo é o 16.º concelho mais exportador do país e representamos 1,5 % das exportações portuguesas. Temos tido uma excelente performance, através das nossas empresas, na fixação e retenção de muito investimento, no âmbito dos programas comunitários, para modernização. Conseguimos fixar muitas empresas, quer nacionais, quer internacionais, no nosso território. Viana do Castelo está, de facto, num bom ritmo de crescimento, não só pela afirmação do seu potencial económico e empresarial, mas também no setor das exportações. Temos vindo a crescer também no aumento daquilo que é a percentagem de quadros com formação superior nas empresas. Hoje em dia, Viana do Castelo, é um parceiro importante no contexto do motor da região Norte e, igualmente, em termos nacionais.

Como vê, atualmente, o concelho de Viana do Castelo, em termos turísticos? Viana do Castelo tem vindo a crescer em todos os setores, onde se inclui o Turismo. Neste âmbito, existe um conjunto de infraestruturas hoteleiras que estão, neste momento, em desenvolvimento. Foi iniciada a obra de um novo hotel do grupo B&B, e está também em fase final de aprovação de licenciamento um hotel do grupo Quinta da Pacheca. E existe também um projeto do grupo Meliá, para a construção de um hotel no Parque da Cidade. Isto significa que os operadores turísticos identificam Viana do Castelo como uma área de oportunidade, cada vez mais visitada por turistas e esta realidade surge na linha de crescimento gradual que o concelho evidencia nos últimos anos. Para além disso, existem muitas iniciativas de alojamento local e de qualificação dos próprios hotéis que já estão instalados pelo concelho.

Disse no final de 2019, que Viana do Castelo precisava de mais hotéis. Com estas novas unidades que falou ainda é da mesma opinião ou ainda há progressos a fazer nesta área? Nessa altura lançamos esse desafio, porque Viana do Castelo estava a posicionar-se no segmento turístico de grandes eventos, nomeadamente, congressos, feiras internacionais, entre outros. Esse repto foi aceite por alguns empresários e, hoje em dia, temos a resposta, com a construção destas três novas unidades hoteleiras, para além de outras pequenas unidades de alojamento local e projetos de turismo rural que são, também, uma oferta muito qualificada no nosso território.

O Turismo é um forte dinamizador económico do concelho. Viana do Castelo é muito procurado sobretudo pelo Turismo Urbano, Turismo Ambiental, Turismo Náutico, Património e Gastronomia 

O que tem sido feito para potenciar o turismo? Temos vindo a fazer uma grande aposta em 3 setores. Por um lado, no turismo urbano, ligado à arquitetura/património, associando aqui o Navio Gil Eannes. Por outro, nas áreas ambientais, através de intervenções distintas, nomeadamente, em percursos pedestres, trails, entre outras valências. Por fim, no turismo náutico, com grandes eventos, campeonatos da europa e do mundo em diferentes modalidades. Recordo que o primeiro Campeonato Europeu de Surf Adaptado foi realizado em Viana do Castelo. Estas ações posicionam-nos favoravelmente na vertente desportiva e, por essa razão, Viana do Castelo será Capital Europeia do Desporto em 2023. A nível desportivo, temos uma oferta muito qualificada, onde destaco a grande valia de equipamentos náuticos, mas também o Centro de Apoio ao BTT, uma nova pista de atletismo ou a futura Nova Praça Viana. Tudo isto, dinamiza o concelho e atrai muita gente a Viana do Castelo, para além de sermos referenciados em várias publicações internacionais como destino turístico de eleição.

A gastronomia, particularmente, a doçaria, é um dos ex-libris de Viana. O concelho também é muito procurado por esta realidade? É uma caraterística transversal a toda a região Minho. Em Viana, temos tido maior notoriedade com a doçaria, particularmente, com as Bolas de Berlim do Manuel Natário, que se tornaram uma referência internacional. Mas há muita oferta na doçaria e o trabalho desenvolvido nesta área tem sido muito importante. Refiro-me, por exemplo, à certificação da Torta de Viana que é também uma referência gastronómica do nosso concelho.

A requalificação do centro histórico continua a ser uma prioridade? Sem dúvida! Temos um plano de reabilitação urbano muito forte. Tivemos um investimento de 18,5 milhões de euros para a requalificação e valorização de toda a área urbana da cidade. Neste momento, estão cerca de dois terços da execução do programa concluídos. É uma aposta importante e que tem vindo a trazer muito investimento privado na reabilitação de edifícios. Nos últimos 10 anos, conseguimos atrair para Viana do Castelo, mais de 120 milhões de euros de investimento privado em reabilitação na área urbana da cidade. Significa que os investidores foram muito sensíveis àquilo que foram as intervenções que o município efetuou. O parque da Cidade é um excelente exemplo desse crescimento e dessa dinâmica.  

O mercado Municipal, previsto para 2023, será fundamental para a dinâmica do centro histórico? Naturalmente que sim. Um dos objetivos principais do Programa Viana Polis era precisamente a requalificação do centro histórico e a devolução à cidade do seu perfil ou da sua cércea dominante. O Novo Mercado Municipal de Viana do Castelo está previsto nascer no local onde está atualmente o Edifício Jardim, conhecido como prédio Coutinho. O projeto está pronto, será muito importante para ativar e dinamizar o centro da cidade e proporcionará também às freguesias um espaço onde poderão efetuar as vendas de distintos produtos agrícolas e ações gastronómicas. Por outro lado, dinamizará a componente cultural e criativa, com inúmeras atividades, para além de promover o artesanato local. É, de facto, uma obra que vai dar uma nova vida ao centro histórico e que terá grande interação com o tecido socioeconómico.

Viana do Castelo é, de facto, uma cidade inspiradora para os artistas e tem desenvolvido um conjunto de fileiras na promoção de uma cultura tradicional, mas também aberta, criativa e contemporânea

E, em termos culturais, como se encontra Viana do Castelo? Temos uma boa representação daquilo que são os nossos setores tradicionais e culturais. Ou seja, a nossa matriz identitária, as nossa raízes muito genuínas e autênticas associadas aos nossos grupos etnográficos que têm feito um trabalho fantástico ao longo do anos na conservação e na valorização do nosso Traje à Vianesa, que, hoje em dia, representa o próprio país. Graças a este trabalho, conseguimos  ter o Museu do Traje, com a sua qualidade e notoriedade. Noutro âmbito, existem outras áreas, desde o ensino da Música, com a Escola Profissional do Alto Minho, que tem feito um trabalho notável na formação de artistas jovens músicos, não esquecendo as bandas locais. Na área do teatro, existe uma companhia residente que tem realizado também um percurso muito interessante, através de um projeto de integração na comunidade de jovens e idosos. Por fim, há uma comunidade artística em diferentes setores, como a literatura, a pintura e diferentes artes. Destaco, por exemplo a Iva Viana, com reinterpretação de estuques criativos, ou a Rita GT, já com uma afirmação internacional. Viana do Castelo é, de facto, uma cidade inspiradora para os artistas e tem desenvolvido um conjunto de fileiras na promoção de uma cultura tradicional, mas também aberta, criativa e contemporânea.

Um dos eventos que evoca a cultura e tradição de Viana do Castelo é as Festas da Sr.ª da Agonia. Em que moldes se vão realizar este ano? Estando num contexto de pandemia, naturalmente, que as nossas precauções relativamente à saúde da nossa população são fundamentais. Vamos ter umas festas contidas, à semelhança da edição de 2020, dentro daquilo que é possível fazer. Teremos mais alguma oferta este ano, aproveitando o nosso Centro Cultural, com alguns eventos em formato fechado, entradas controladas e afastamento social. Entre o que não conseguimos realizar o ano passado, nesta edição, as novidades são a Festa do Traje e um pequeno Festival de Folclore. E teremos também a Feira do Artesanato. 

A antiga praça de touros vai ser reconvertida num complexo desportivo. Como está, neste momento, este projeto? O projeto chama-se Praça Viana e queremos que este novo equipamento se transforme numa praça de vida, destinando-se ao desporto, preparada para acolher a prática de várias modalidades, e integrada na formação de crianças, jovens e adultos de todo o concelho. Noutro âmbito, o equipamento estará disponível para as escolas e para a formação de base dos respetivos alunos, e servirá de apoio à Escola Desportiva de Viana, para que possa dinamizar e potenciar as diferentes atividades que a instituição promove. É um projeto que vai dar uma nova dinâmica a toda a zona envolvente e que poderá também ser um dos instrumentos de apoio ao projeto de Cidade Europeia do Desporto, em 2023.

Viana é também um concelho de praias. O que tem sido feito para impedir a degradação costeira? Viana do Castelo está, desde 2008, integrada no Programa Polis Litoral Norte, envolvendo o Ministério do Ambiente e os municípios de Esposende, Viana e Caminha. Ao longo de toda a costa que envolve estes territórios tem havido uma intervenção, ao longo dos anos, de conservação e proteção da erosão, mas também de valorização do Litoral. Tivemos diversas intervenções importantes em zonas mais críticas, nomeadamente a consolidação da Praia Norte e a proteção costeira nas praias da Amorosa e Castelo do Neiva. Noutras praias, têm sido feitas intervenções de valorização, consolidando os planos de praia, criando áreas de estacionamento e instalação de passadiços para proteção dunar. Destaco também a Ecovia Litoral, efetuada ao longo dos três concelhos, num percurso com mais de 73 km, que promove formas ambientalmente sustentáveis de fruição da zona costeira, nomeadamente com a criação de uma rede de circuitos cicláveis e pedonais que associam as vertentes culturais e naturais existentes neste território.

Viana do Castelo tem 750 anos de história ligada ao mar e, recentemente, referiu que o território quer voltar a ser terra de marinheiros. Quais são as apostas neste sentido? Há 10 anos atrás, fizemos uma aposta muito forte no Centro de Mar, o Centro de Interpretação Ambiental e de Documentação do Mar, a funcionar no Navio Gil Eannes. Teve como objetivo trabalharmos com as nossas escolas e associações ligadas ao mar, numa nova cultura marítima, para que os jovens de Viana do Castelo não tivessem contacto com o mar exclusivamente no período de verão. Neste projeto, o navio Gil Eannes é o edifício farol, é o centro de interpretação da cultura marítima, das nossas raízes, da construção naval e da importância da cultura costeira ao longo da nossa história. As nossas escolas visitam frequentemente o navio Gil Eannes e ficam a par de toda a informação sobre o nosso património coletivo costeiro. Depois, introduzimos também, em conjunto com os agrupamentos, a prática desportiva náutica nos nossos alunos, nomeadamente nas modalidades de surf, vela, remo e canoagem. Já passaram pelos centros náuticos, milhares de jovens e, hoje, Viana do Castelo tem já um número considerável de atletas federados nessas áreas, muitos deles campeões nacionais e alguns Europeus. Outro aspeto importante diz respeito às novas apostas que fomos fazendo, concretamente no apoio à continuidade da construção naval em Viana do Castelo, e ao desenvolvimento de um verdadeiro cluster das energias renováveis oceânicas com aquilo que se conhece de melhor, com a melhor investigação e o melhor desenvolvimento. É um projeto pioneiro a nível europeu que vai permitir testar a robótica em offshore, plataformas, produção de energia, aquacultura e outras atividades.

Como é que olha hoje para os estaleiros navais de Viana, nomeadamente a atividade da West Sea? Com muita confiança. É um projeto bem consolidado, fruto também do que foram as competências que conseguiu reunir e que conseguimos manter em Viana do Castelo, nomeadamente os Estaleiros. Atualmente, é uma referência nacional e internacional. 

Viana do Castelo está em franco desenvolvimento a nível empresarial e prevejo que irá dar um “salto” enorme nos próximos anos

Como está Viana em termos empresariais? É uma área em franco desenvolvimento. Temos assistido à criação de novas empresas e, fruto disso, tem sido extraordinária a captação de novos investimentos empresariais em Viana do Castelo. Os empresários têm garantido também apoios de fundos comunitários que permitem aumentar a sua capacidade de inovação, instalada e de exportação. O perfil empresarial de Viana é, hoje em dia, claramente exportador. Mas há também vários projetos locais e empresas multinacionais que estão a apostar no nosso território, nomeadamente, no setor automóvel. Há de facto, uma forte dinâmica e prevejo que, nos próximos anos, Viana do Castelo irá dar um “salto” enorme no setor empresarial.

Quais as áreas que identifica como tendo maiores oportunidades de investimento para entidades privadas? Atualmente, o concelho tem oportunidades nos diversos domínios. Tal como o nosso slogan refere: “Viana do Castelo é um território de oportunidades”. E a prova disso, é que temos tido muita gente a apostar em Viana do Castelo. No entanto, gostaria que nos próximos anos o setor da habitação fosse mais explorado. O concelho está a atrair mais empresas, mais pessoas e o mercado de arrendamento precisa de crescer para poder acomodar toda esta dinâmica que Viana está a ter do ponto de vista demográfico.

Na perspetiva também de fixar os jovens no concelho? Naturalmente que sim. É muito importante que haja este tipo de oferta de arrendamento, até porque, muitas pessoas vêm trabalhar para cá, oriundas de concelhos vizinhos.

Nos próximos 3/4 anos, Viana do Castelo irá disputar lugares de liderança em termos de exportações

O reforço da competitividade do território que visava colocar Viana do Castelo no “top ten” das exportações até 2020, foi conseguido? A pandemia veio atrasar este objetivo. Estamos na fase da retoma, mas com os investimentos que já estão em curso, em diferentes áreas, estou convicto que iremos ultrapassar essa meta nos próximos 3/4 anos e disputar lugares de liderança.

Como é que gostaria de ver a cidade de Viana do Castelo na próxima década? Ainda com mais dinâmica e melhor conservada.

Quais as referências políticas que tem? Mário Soares, pela capacidade que teve de abrir Portugal ao Mundo e, sobretudo, daquilo que nos transmitiu, em termos de tolerância, democracia e liberdade. António Guterres também me marcou bastante, não só pela visão que mostra em vários quadrantes, por estar atento às dificuldades e desigualdades, mas também pela forma de estar na vida pública e política. Tem sempre a componente social e da educação como grandes prioridades. Não é por acaso que, hoje em dia, é uma figura reconhecida a nível internacional.

É adepto de Redes Sociais? As Redes Sociais são uma boa ferramenta, desde que sejam utilizadas corretamente e no sentido de nos ajudarem a crescer como comunidade. Mas deveriam ter alguma regulação. A sua génese passa por promover a comunicação entre todos, mas há quem as utilize para expor situações inqualificáveis.

Tem hobbies? Como passa o seu tempo livre? Normalmente, tenho pouco tempo livre, mas o meu hobbie preferido é a leitura. 

E lemas de vida? Tentar sempre fazer melhor do que fiz no dia anterior e procurar estar disponível e atento àquilo que são as situações inerentes aos meus concidadãos. 

Já pensou no que irá fazer após terminar este último mandato na Câmara Municipal de Viana do Castelo? Já pensei naquilo que não quero fazer. Quero dar um “corte” com a vida política autárquica. Já são 27 anos. É quase uma vida dedicada a uma causa, com uma grande carga de exigência. Agora é tempo de outros fazerem o seu percurso, sem quaisquer constrangimentos do passado. 

Para terminar, qual seria a palavra que escolheria para o definir? Trabalhador. Gosto de trabalhar. Gosto daquilo que faço e durante o meu trajeto na Câmara Municipal de Viana do Castelo, tive a oportunidade de crescer enquanto pessoa, mas, acima de tudo, pude dar o meu contributo para que o município possa hoje estar bem preparado para os grandes desafios que se colocam no mundo atual.

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