Opinião

A força da palavra

A arte de falar é muito poderosa, capaz de mover multidões e uma ferramenta indispensável para quem almeja fazer a diferença. Podemos ter boas ideias, intenções de transformar o mundo num lugar melhor, mas, se não conseguirmos transmitir a nossa visão, a hipótese de fracassar é muito elevada. 

Há momentos na História que se destacam pela força da sua intenção e pela capacidade de liderança do seu mentor. 

Mahatma Gandhi foi um líder excecional, tendo inspirado movimentos de direitos civis e de liberdade por todo o mundo. A “Marcha do Sal” foi um dos momentos mais emblemáticos que promoveu. Quando a Índia estava sob o domínio colonial Britânico, os indianos eram obrigados a comprar aos britânicos os produtos industrializados e proibidos de extrair sal no seu país. Foi então que Gandhi, a 12 de março de 1930, liderou um ato de desobediência civil, iniciando uma longa caminhada de 25 dias, numa marcha de 400km até à costa. Ao longo do percurso juntaram-se milhares de pessoas à sua causa. De forma a desafiar a legislação britânica, quando chegou à praia, ferveu um pouco de água do mar e assim obteve sal que os ingleses haviam proibido de extrair. Este gesto foi repetido pelos seus seguidores, transformando o evento num dos momentos mais importantes na luta pela independência da Índia.

Admiro pessoas que são capazes de liderar ou de falar em público sem que as pernas fraquejem, de enfrentar a audiência e de não lhes faltar voz, de terem um discurso criativo capaz de cativar quem as escuta. A decisão de me juntar aos Toastmasters está muito relacionada com a minha convicção da força das palavras. Percebi que ter boas ideias não basta, é necessário saber escutar, estruturar e partilhar. São sobretudo estes três aspetos que tenho procurado desenvolver no meu percurso como Toastmaster. 

Quando penso no que pretendo construir para o futuro, recordo que Steve Jobs costumava dizer que não lhe interessava ser o homem mais rico no cemitério; o que lhe fazia sentido era poder deitar-se e dizer que, naquele dia, tinha feito algo maravilhoso. Na realidade, o dinheiro para ele não era o que mais importava, o mais relevante era fazer a diferença e ter a oportunidade de mudar o mundo.

Para aumentar a probabilidade de podermos fazer algo maravilhoso, temos de investir em nós, inovar, sair da zona de conforto e procurar aquilo que muitas vezes não encontramos nos ambientes mais familiares e confortáveis. Estava acostumado a queixar-me da sorte quando não conseguia alcançar as minhas metas ou dizer que as oportunidades não chegavam. Com o tempo entendi que a sorte não vem ter connosco se estivermos à sua espera. Encontra-nos quando trabalhamos para ela. 

Desconheço o meu futuro, mas os Toastmasters e as pessoas como Steve Jobs ou Mahatma Gandhi inspiram-me para que possa dar o melhor de mim na expectativa de construir um futuro melhor. 

 

Luís Vieira Santos,

Gestor comercial e membro do Braga Toastmasters

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