Vinhos

Vinhos do Vale do Cávado – Do mar até à montanha

Este território integra os concelhos de Esposende, Barcelos, Braga, Vila Verde, Amares e Terras de Bouro, esta sub-região vitícola do Cávado onde a vinha está localizada um pouco por toda a bacia hidrográfica do rio que lhe dá o nome, é bastante exposta aos ventos marítimos, predominando uma zona de relevo irregular e a uma baixa altitude. A influência Atlântica proporciona um clima ameno, sem grandes amplitudes térmicas e com uma pluviosidade média anual intermédia.
Aqui, os solos para além de graníticos, existe também uma faixa de solos de origem xistosa, não sendo, de uma abrangência significativa, no entanto, o clima é adequado à produção de vinhos brancos, sobretudo das castas Arinto, Loureiro e Trajadura, que se adaptam na perfeição a estas condições.
São vinhos com uma acidez moderada e notas de frutos citrinos e pomóideas (maçã madura e pêras). No que diz respeito aos vinhos tintos produzidos no vale do Cávado são na sua maioria lotes de Vinhão e Borraçal, onde apresentam uma cor intensa vermelho granada e revelam aromas a frutos frescos. Na boca evidenciam toda a frescura climática da sub-região onde são produzidos.
Uma das melhores forma de conhecer todo este território é percorrendo a Estrada Nacional nº103 do Litoral para o Interior, tendo como início em Esposende, podendo aqui encontrar algumas adegas e vinhas, como o caso das Quintas: Curvos; Góios, Calça, Seara e São Cláudio, não deixando de aqui visitar o Parque Litoral Norte, compreendido entre as zonas ribeirinhas dos rios Cávado e Neiva, desfrutando também da fantástica paisagem e gastronomia entre Ofir e Apúlia, acompanhando as suas refeições com fantásticos vinhos verdes harmonizados com peixes e mariscos deste mar. Entrando já no vasto concelho de Barcelos, onde a rota dos vinhos deste território, tem um papel importante na divulgação do cultivo da vinha e a produção do seu vinho, uma vez que, se encontram profundamente enraizados na história e cultura local. Pode aqui visitar quintas, adegas, mosteiros, igrejas e outros pontos turísticos como o casco histórico, a ponte e torre medieval, o Paço dos Condes de Barcelos, a igreja matriz, o miradouro do monte da Senha da Franqueira, o convento de São Salvador de Vilar de Frades, entre outros.
O Enoturismo é uma forma de descobrir e fruir a região e, igualmente, de interpretar a cultura, os costumes, as tradições e o “modus vivendi” destas gentes, numa região onde o tempo e a história cunham a identidade de cada espaço geográfico, sendo o vinho, uma manifestação viva do talento destas gentes, como é caso das seguintes Quintas: Tamariz, Barco, Balão, Paços, Bosque, Argemil, Azevedo; assim como as Caves Campelo e a Adega Cooperativa, entre outras empresas produtoras de uvas e de vinho.
Já no coração do Minho, e passando pelos territórios de Braga, Vila Verde, Amares e Terras do Bouro é tempo de aproveitar o conforto sobejamente reconhecido da gastronomia da região, como os rojões, as papas de sarrabulho, o bacalhau, o arroz pica no chão, os enchidos e a variada doçaria conventual.
A cidade de Braga oferece a quem visita uma gastronomia riquíssima, suculenta e variada, segundo a tradição de várias gerações, com o bacalhau a assumir-se como o prato predileto. A diversidade da paisagem natural e as influências recebidas durante séculos de outras gentes, são elementos que explicam a multiplicidade das especialidades gastronómicas. A arte da culinária em Braga é famosa, não só pela variedade de ementas, mas sobretudo pelo cuidado e frescura na sua confeção, onde se destaca a criação de multifacetadas formas de cozinhar o bacalhau, no entanto, não nos podemos esquecer das frigideiras (massa folha- da recheada com carne picada) e o pecaminoso pudim de Abade de Priscos.
Neste vasto território, onde predominam grandes propriedades com forte ligação à religião como é caso do Mosteiro de Tibães e o Mosteiro de Rendufe, mas também pela simplicidade e naturalidade, proporcionadas pelas inúmeras quintas existentes nas proximidades como é o caso das Quintas: Salgueiró, do Homem, do Moutinho, da Casa de Penela e CAVAGRI. Já em Amares, podemos encontrar muitas outras propriedades, como Quinta de Amares, Terras de Amares, Encostas de Amares, Solar das Bouças, Casa da Tapada, Encostas da Abadia, Quinta de Ornelas e Socalcos do Bouro, muitas delas também com enoturismo.
Todas elas empenham-se na constante inovação tecnológica, mas não deixam de ser repositórios deste contexto patrimonial único, onde se rememora o passado, se vive o presente e se projeta o futuro da cultura da vinha, do vinho e do enoturismo. Espaços que se abrem para o prazer da descoberta desta gente rica em costumes, superstições e religiosidade ligados à terra.

João Pereira,

Enólogo

 

 

 

Quinta de Amares

Região: DOC Vinho Verde
Sub Região: Cávado
Casta(s): Loureiro
Produtor: Quinta de Amares – Viticultura, Lda

Ano de Colheita: 2020

Preço: Entre 3.90€ e 5.50€
Álcool: 11.5%
Enólogo: António Sousa
Notas de Prova: Este vinho apresenta uma cor citrina e brilhante, mas é ao nível do aroma que ele mais se destaca, predominam as notas típicas da casta, fino e muito elegante, jovem e frutado. No que diz respeito ao palato, este apresenta-se muito equilibrado, fresco e frutado, bem estruturado e com uma agradável persistência pela sua mineralidade.
Harmonizações: versátil, no entanto acompanha bem as saladas frescas, marisco e peixes, grelhados e carnes de aves, assim como cozinha asiática.

Quinta de Santa Eulália Superior

Região: DOC Vinho Verde
Sub Região: Cávado
Casta(s): Loureiro, Trajadura, Arinto
Produtor: Quinta de Curvos Sociedade Agricola, S.A.
Ano de Colheita: 2020
Preço: Entre 3.50€ e 4.80€
Álcool: 12,0%
Enólogo: António Sousa
Notas de Prova: Vinho de cor citrina/ esverdeado e de aroma floral e nuances tropical delicado muito intenso. Vinho equilibrado na boca, com acidez bem integrada no conjunto.
Harmonizações: vinho versátil, acompanha bem as entradas salgadas, assim como: saladas frescas, marisco, peixes e cozinha asiática.

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