Freguesia do mês

Freguesia do mês: União de Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães

Braga não para de crescer e quem visita a União de Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães percebe a expansão da zona habitacional e empresarial.

Esta União de Freguesias tem sido a zona preferencial para a construção e localização de várias empresas. Grandes nomes de multinacionais instalaram-se em zonas empresariais da união de freguesias, o que cria outra dinâmica na cidade.

A união destas três freguesias foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional.

Se recuarmos no tempo percebemos que o documento mais remoto alusivo a Lamaçães é do ano 899, numa pretensa doação de D. Afonso III de Leão, no dia da consagração do templo de S.  Tiago de Compostela.

Ao longo da história, as referências a Lamaçães são diversas e recontam as tentativas de se apossar de tão fértil área, junto da cidade, por parte de nobres e do Cabido da Sé Catedral, já pelos anos de 1300.

No ano da Peste Negra, que assolou toda a Europa, Lamaçães foi poupada. Daí a origem da festa da segunda-feira de Páscoa – “Zirra-Zirra”.

A capela dedicada a Santo André foi erigida em 1648, na Quinta da Torre. A atual igreja da freguesia remonta a 24 de agosto de 1805, data do início da sua construção, tendo sido inaugurada e benzida a 29 de setembro de 1808.

Até 1930, a Freguesia nunca ultrapassou as 600 pessoas.

A partir dos anos oitenta a freguesia foi sendo “pressionada” com a proximidade da cidade e começa a sofrer com a venda de terrenos. 

Fonte das Águas Férreas / © Ana Marques Pinheiro

A implantação imobiliária, muitas vezes mal organizada, cria no Vale de Lamaçães uma nova área residencial, aumentando exponencialmente o número de moradores e de habitações, acompanhadas pela construção de grandes áreas comerciais. Foram assim criadas oportunidades de investimento na área da construção. 

Mesmo assim, a mancha verde do Monte de Espinho prevalece, proporcionando uma área florestal tanto à freguesia como à cidade de Braga.

Hoje em dia podemos encontrar a oferta de vários serviços na freguesia que é um polo de atração para várias empresas.

Já a freguesia de Fraião aparece pela primeira vez num documento em 1089, quando foi anunciado um congresso internacional comemorativo do IX Centenário da existência da freguesia. No século XV, esta freguesia estava anexada a Santa Cristina de Longos, situação que se manteve até 1525. Em termos administrativos, Fraião esteve anexada a Nogueira, tornando-se independente em 20 de fevereiro de 1903.

Pertence à freguesia a Fonte das Águas Férreas. É uma obra da responsabilidade de Carlos Amarante, construída em 1773. Esteve encerrada durante vários anos e foi reaberta em 1997, após a sua completa reabilitação. Também em Fraião pertence a Igreja Paroquial de S. Tiago, de arquitetura barroca. Os elementos decorativos que se podem observar no interior são da autoria de André Soares.

Em 2013 foi inaugurada a nova igreja e complexo paroquial de Santiago de Fraião. 

O adro da igreja foi requalificado em 2015.

A freguesia de Nogueira, no reinado de D. Maria I, era essencialmente agrícola. Segundo os registos do serviço militar de 1791, a população de Nogueira era composta na sua grande maioria por agricultores, geralmente caseiros, alguns chapeleiros, jornaleiros, alfaiates e carpinteiros.

A Freguesia de S. João Baptista de Nogueira, como era designada em 1791, tinha 62 habitações.

Já no século XVIII, a freguesia de Nogueira constituía um núcleo abastecedor de trabalho à cidade de Braga, visto que o setor dominante, na época, era a agricultura, depreendendo-se que os trabalhos eram exercidos fora da freguesia.

Entre a paisagem verde e as ruas abraçadas pelas árvores podemos encontrar o Santuário de Santa Maria Madalena da Falperra que se situa na fronteira entre a freguesia de Nogueira e de Santa Cristina de Longos, que já pertence a Guimarães. Construída no século XVIII, é também conhecida como Igreja da Falperra. É um exemplar da arquitetura barroca, construída por André Soares por iniciativa do arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles. Em 2016 foi classificado como Monumento Nacional. 

É também por esta zona que passa a conhecida Rampa da Falperra, uma prova desportiva organizada pelo Clube Automóvel do Minho e que todos os anos atrai milhares de espectadores e curiosos às redondezas.

Igreja de Fraião / © Ana Marques Pinheiro

Apesar de considerar que, relativamente à Freguesia, a Rampa da Falperra “não tem um impacto muito grande”, já que a maior parte das pessoas que até ali se deslocam “são de fora”, Goreti Machado considera que o evento deveria ter maior visibilidade e, como já aconteceu em tempos, “cobertura total por parte da televisão”.

A freguesia de Nogueira abrange uma parte da encosta do Monte do Picoto. É uma área florestal central e de grande dimensão aos pés da cidade de Braga. Podemos encontrar um espaço de utilização coletiva com equipamentos de natureza lúdica, desportiva e social.

Segundo a presidente da União de Freguesias, Goreti Machado, vivem nas três freguesias cerca de 25 mil pessoas.

A responsável conta que as freguesias necessitam de uma requalificação grande no que concerne às ruas e passeios.

“Durante anos nunca se investiu na sua manutenção, pelo que há problemas sérios na rede viária, de uma maneira particular em Nogueira”, declarou.

Goreti Machado afirma que é necessário um novo cemitério em Nogueira, porque o que existe está a tornar-se “pequeno para dar resposta às necessidades”.

 

 

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