Eco

Crie um armário cápsula

Com o esforço da sociedade em reduzir a pegada ecológica, é natural que surjam novas estratégias de consumo. Além da alimentação e utilização de materiais mais sustentáveis, a indumentária também entra nesta lista de consumo consciente. Ser consumista está fora de moda e, nesta edição, sugerimos algumas maneiras de criar o seu próprio armário cápsula (o queridinho da internet) e a comprar com maior responsabilidade. Ser ecológico com estilo é possível!

O que é um Armário Cápsula?

O Armário Cápsula é um conceito criado em 1970, que consiste em escolher peças essenciais, versáteis e que combinem entre si, para usá-las de diversas formas. Atualmente, a proposta circula nas redes sociais com diferentes tipos, números limites de peças e tempo para uso. Independentemente do formato, o armário cápsula é ideal para quem quer reduzir o consumo irresponsável, ter um estilo de vida mais sustentável e minimalista, aproveitar melhor os seus pertences ou simplesmente deixar o closet mais organizado.

1. Autoconhecimento

Criar um Armário Cápsula é um exercício de autoconhecimento. Quem é você? Como gosta de vestir-
-se? Tem tendência a escolher roupas mais românticas ou urbanas? Mistura ambas? Que tipo de identidade visual deseja aplicar? Após responder a todas estas perguntas, é possível que já tenha uma linha de gosto pessoal definida. Na hora das compras, é importante avaliar alguns conceitos antes de levar uma nova peça para o armário. Este item adequa-se à sua identidade visual? Terá uso suficiente no guarda-roupa? A peça “conversa” com as outras presentes no seu armário? Além destas questões, as peças escolhidas não devem ser idênticas a outras presentes no guarda-roupa. Ao escolher umas calças, por exemplo, tenha atenção para não repetir. Ter três calças de modelos diferentes é melhor do que ter três jeans pretas skinny no armário.

2. Versatilidade é a chave!

A peça que pretende comprar consegue adequar-se às outras que complementam o seu armário? De que formas será possível integrar este novo item aos looks e necessidades do dia a dia? Exercitar a criatividade neste conceito é fundamental, pois uma peça precisa de ter diversas funções, ou o sonho do consumo consciente transforma-se no pesadelo do “não tenho roupa”. Uma camisa jeans, por exemplo, pode tornar-se uma saída de praia ou até numa saia, nos dias de maior originalidade e truques de styling.

3. Valor VS Número de usos

Quando a temporada de festas chega, é comum vermos pessoas a gastar verdadeiras fortunas em roupas para estes eventos e a economizar em roupas para a rotina. Para quê investir tanto dinheiro num vestido de festa? Quantas vezes esta peça será utilizada? Vale a pena este investimento? O ideal é comprar peças que podem ser utilizadas em diferentes ocasiões. Um vestido longo, por exemplo, pode ser destinado a festas de casamento, mas também a tardes na praia ou sunsets. O importante é escolher um tecido e corte versátil.

4. Peças Superiores e Inferiores

Peças superiores costumam chamar mais a atenção do que peças inferiores, por estarem mais próximas do rosto. Portanto, é natural ter maior quantidade deste tipo de itens. É sugerido ter três peças (ou mais) superiores para cada peça inferior. Porém, este plano deve ser estipulado pessoalmente. Mais uma vez, é importante conhecer-se e definir quantas peças necessita.

5. Diferença entre custo e valor

A peça que pretende comprar é necessária? É estimada ao ponto de valer o preço que tem? Faça estas questões antes de investir num novo item e avalie o design, tecido, corte e a forma como lhe assenta antes de sair da loja com uma peça que não lhe transmite segurança e, consequentemente, ocupe espaço no armário sem necessidade.

6. Pense antes de comprar!

O mais importante é ser consciente. Comprar por necessidade e não por simples vontade de preencher qualquer vazio (que não esteja no guarda-roupa). Para evitar comprar por impulso, a sugestão é olhar todas as lojas e fazer a escolha da peça que pretende levar para casa posteriormente. É válido ir tomar um café ou caminhar e, assim, rever a necessidade da aquisição. Com estes cuidados, as compras ficam mais assertivas.

7. Crie uma Paleta de Cores

Uma das maiores reclamações quanto ao desenvolvimento de um armário cápsula é a dificuldade em inovar quando o assunto são cores. Para minimizar o problema, é importante definir uma lista de tons pré–selecionados que podem ser utilizados em harmonia para exprimir o seu próprio estilo. Com a harmonização em tons neutros, muito presentes nos armários cápsula, é fácil compor looks com a sua cor favorita, por exemplo, em diversos tons, estilos ou modelos de peças. O importante é selecionar previamente a cor, ou cores, que pretende utilizar: assim o seu guarda-roupa continuará organizado e vivo. Se necessitar de ajuda na escolha dos tons, existem aplicações como o “The Color App”, “ColorZilla” ou até a app “Colordot”, que permitem selecionar os códigos e, assim, listar na perfeição as cores desejadas. Desta forma, não há desculpas para não aplicar cores e inspirar-se.

8. A escolha dos Padrões

Outra reclamação é a dificuldade em acrescentar padrões às peças do armário cápsula. Para esta tarefa, o ideal é escolher as mais neutras e em peças versáteis, onde é possível abusar da criatividade e transformá-las. Um kimono pode transformar-se em vestido ou casaco fechado, se aplicado um cinto, por exemplo. Caso se sinta desconfortável com esta opção, pode sempre apostar em padrões nos acessórios, que acabam dando um toque cheio de estilo ao look e podem ser reutilizados sem medo.

9. Doar é importante

Ter um armário cápsula não é iniciar uma guerra contra o comércio. É, simplesmente, diminuir o consumo irresponsável. Portanto, não precisa de deixar de fazer compras ou sentir-se coibido. Porém, a palavra-chave é consciência. Se pensa em mudar as cores presentes no seu guarda-roupa ou a estação está prestes a mudar, selecione as peças em bom estado que não pretende mais usar e doe. Provavelmente não lhe farão falta e mudarão a vida de alguém. Iniciativas como esta fazem o mundo melhor!

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