Setembro é ainda para muitos um mês de excelência para tirar dias de férias e aproveitar os últimos dias de Verão para passear e ir à praia.
E, se há aqueles para quem ir para a praia é uma das melhores coisas do mundo, porque gostam de estar deitados na areia, de jogar à bola ou com as raquetes, ou simplesmente de comer uma bola de berlim, com ou sem creme, dentro de uma barraca, ou mesmo ao sol depois de uma boa e refrescante banhoca, para outros, ir à praia é a maior seca do mundo! E só lá vão porque toda a família ou amigos não escolhem mais nada para fazer.
Se é uma destas pessoas, então este roteiro é para si. Faça assim, se os outros lhe impuserem a praia, faça questão de ser você, então, a escolhê-la. Mande toda a gente entrar no carro: a direção é Vila do Conde, com a promessa que todos vão ter um dia de praia num local único em Portugal.
Uma vez chegados a Vila do Conde é preciso atravessar a ponte sobre o rio Ave, pela Estrada Nacional 13, seguindo sempre em frente até Modivas, onde um pouco depois da sede da Junta de Freguesia tem de virar à direita, em direção a Labruge.
A praia dos castros ocupa o espaço que resulta de uma falha geológica e os geólogos supõem que as arribas que se podem ver nas duas extremidades da praia correspondem às escarpas da falha criadas pela rutura da superfície naquele lugar. Pensa-se que o maciço rochoso Sul, Alto do Facho, se elevou mais rapidamente do que a Mota, a Norte, o que corresponderá a uma tectónica local, um fenómeno raramente comprovado. Já viu como pode surpreender os seus amigos?
Uma vez chegados a Labruge é só encontrar a praia de S. Paio. E, quando aí chegar, diga a todos, alto e bom som: “bem vindos ao único castro marítimo conhecido no nosso país”.
Destes povoados da Idade do Ferro sabemos que escolhiam, por norma, os locais mais altos para viver, sendo hoje conhecidas, por exemplo, as famosas Cividades de Terroso, na Póvoa de Varzim, ou de Briteiros, em Guimarães. Também sabemos que, na Galiza, para além destes locais altos fortificados, há ruínas de castros muito perto do mar. Em Portugal, curiosamente, só há, que se conheça até agora, um povoado castrejo marítimo, que está no concelho de Vila do Conde e merece esta visita cultural. Por isso, enquanto os amigos estiverem a tomar banho, pode visitar as ruínas e apreciar a linda capela dedicada a S. Paio, que foi edificada no local, numa espécie de sacralização do terreno.
Mas, vamos continuar a surpreender os seus amigos… Deixe-os secar e, quando reparar que se preparam para jogar à bola, mande-os levantar e convide-os a olhar com atenção para a praia onde estão e para rochas. É que o castro de S. Paio encontra-se numa tectónica local, que tem sido alvo da curiosidade de muitos investigadores que ali se deslocam de propósito para apreciar este fenómeno. E muitos vêm de longe.
A praia dos castros ocupa o espaço que resulta de uma falha geológica e os geólogos supõem que as arribas que se podem ver nas duas extremidades da praia correspondem às escarpas da falha criadas pela rutura da superfície naquele lugar. Pensa-se que o maciço rochoso Sul, Alto do Facho, se elevou mais rapidamente do que a Mota, a Norte, o que corresponderá a uma tectónica local, um fenómeno raramente comprovado. Já viu como pode surpreender os seus amigos?
E agora, vamos assustá-los um pouco… diga-lhes, e não estará a mentir, que o castro de S. Paio tem a maior colónia de víboras do Norte do país fora do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Elas estão nos campos envolventes ao castro. Mas, para os sossegar, pode acrescentar que, até agora, nunca ninguém foi mordido.