Roteiros

A história da Fortaleza

Ao longo da sua história, foram muitos os momentos em que Portugal, enquanto país soberano, teve que lutar pela liberdade e contra a tentativa de domínio de outras forças.

A liberdade é um conceito que em determinados lugares tem um significado e um valor que em mais nenhum lado se consegue encontrar. A viagem que lhe propomos hoje é precisamente a um destes lugares onde a liberdade se escreveu com esforço, com dor, com vitórias e com sentimento, passando de geração em geração até aos nossos dias.

O primeiro nome de Valença, segundo consta nos documentos históricos era Contrasta, muito provavelmente, por estar em oposição a uma grande cidade, de grande importância no Reino da Galiza, de seu nome Tui. Em 1262, D. Afonso III, reconhecendo a valentia das suas gentes, muda-lhe o nome de Contrasta para Valença, mostrando ao resto do reino a coragem dos homens e das mulheres desta povoação já fortificada para manterem a liberdade do país.

Hoje, quando entramos em Valença fazemos uma viagem no tempo que vai muito além da nacionalidade, e quase que podemos escrever um dos muitos capítulos da história da liberdade em Portugal. E é precisamente no interior da fortaleza que o nosso roteiro acontece.

 Depois de deixar o carro num dos parques de estacionamento que circundam a fortaleza, através da Avenida dos Combatente de Grande Guerra, fazemos a entrada na Fortaleza de Valença pela chamada Porta do Sol.

É por aqui que entram os peregrinos que vão para Santiago de Compostela. Como há grandes possibilidades de se cruzar por um, não se esqueça de lhe desejar “bon camiño”! 

Já dentro das muralhas, logo depois de atravessar a Porta do Sol, está na rua Dr. Ilídio do Vale e, à sua direita, encontra o Museu do Bombeiro, que tem a maior coleção de capacetes do país.

Seguindo em frente, vai até à rua Conselheiro Lopes da Silva, onde deve virar à esquerda, para se confrontar com uma praça onde está a Câmara Municipal de Valença. Aqui vale a pena parar para olhar a arquitetura das casas, que foram, algumas delas, habitação de patentes militares importantes. Prédios altos, com janelas bem decoradas, onde sobressaem, em algumas delas, azulejos que conferem tonalidades que os batizam, como a conhecida Casa Azul.

Se seguirmos as setas amarelas do Caminho de Santiago, entramos na rua de Mouzinho de Albuquerque, que antigamente foi rua Direita, por ligar a Câmara à Igreja  de Santa Maria dos Anjos. Mais uma vez, são as casas que nos chamam a atenção. Atrás dos muitos artigos têxteis que estão à venda, veja, por exemplo, a decoração quinhentista que marca a arquitetura de algumas casas. Ou então, se não olhar apenas para o chão e tiver curiosidade em ver algumas fachadas, olhe mais para cima e tente descobrir a casa onde pernoitou no século XIX um famoso monarca europeu. Nesta rua está também o Núcleo Museológico de Valença, onde o visitante fica a par, não só da história da fortaleza e das batalhas que aqui se travaram em prol da liberdade, mas também fica a conhecer os testemunhos mais antigos da ocupação pelo homem no concelho. Vale a pena parar e visitar.

Voltando ao nosso itinerário, seguimos em frente até à igreja de Santa Maria dos Anjos, de fundação românica, e à Pousada de São Teotónio. Atrás desta unidade hoteleira está o Baluarte do Socorro, onde se tem uma das mais bonitas paisagens que o visitante pode apreciar na Fortaleza de Valença. Uma visão para a ponte internacional, para o rio Minho, para Tui e a sua catedral.

No regresso, venha pela rua da Oliveira, onde vai encontrar, a meio caminho, a Porta do Açougue, onde a nossa viagem no tempo mais recua. Neste local mantém-se o pano de muralhas medieval e as escavações arqueológicas trouxeram à luz do dia testemunhos da Idade do Ferro e da romanização. 

Antes de regressar à rua Mouzinho de Albuquerque, pode recuperar forças nos vários cafés e restaurantes aqui situados, na parte mais antiga da fortaleza. Em frente à Câmara também não faltam sítios onde degustar as especialidades que os galegos tanto apreciam. Antes de regressar, pode visitar a zona da Coroada, que é a parte mais recente da fortaleza, onde se destacam, por exemplo, as capelas do Bom Jesus e a de S. Sebastião, que tem a fama de nos livrar da fome, das guerras e da peste.

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