O Cónego Fernando Monteiro nasceu a 26 de fevereiro de 1945 e foi ordenado a 15 de agosto de 1969. Foi responsável por várias obras de cariz social, o que lhe valeu o epíteto de grande humanista. A Cooperativa S. João Paulo II, o Centro Social de São Lázaro, o Projeto Homem e a Oficina de S. José são algumas das instituições que lhe estão eternamente gratas: Fernando Monteiro deu-lhes vida e assegurou-lhes um futuro promissor. O papel é pequeno para descrever toda a sua obra.
As suas ações nem sempre foram compreendidas. Líder inato, frontal, visionário, corajoso, chegou a ser apelidado de “louco” pelos riscos que aceitou correr tendo sempre em vista um bem maior. As noites sem dormir foram muitas na dedicação que empregou no Grupo Diário do Minho. O tempo deixou os investimentos falarem por si: a Gráfica continua a ser um dos centros de impressão mais importantes do país, o Jornal é um órgão de comunicação sólido prestes a completar cem anos e, em finais de 2018, o Grupo avançou com novo projeto editorial, a revista Minha. Todas estas obras têm o cunho incontestável do Cónego Fernando Monteiro.

Os amigos elogiam-lhe a tenacidade, a capacidade de ver para além do óbvio, a bondade. Têm-no como uma inspiração, capaz de contagiar todos à sua volta com os valores que todos os dias viam espelhados nas mais diversas ações. É com orgulho que contam os episódios em que o Cónego Fernando, mesmo sem conhecer as pessoas, delas se aproximava quando não as achava bem. Oferecia emprego, recorria ao seu próprio dinheiro, ajudava sem olhar a quem. Fazia por encarnar os valores do Evangelho a todas as horas do dia: sempre em missão, sempre em serviço a Deus.
Trabalhador e humilde, em vida recusou sempre grandes honras, admitindo-se antes como um “simples operário da messe”. As pessoas e respetiva dignidade e estabilidade de vida foram sempre a sua grande preocupação. Numa das últimas entrevistas que concedeu, foi perentório: afirmou não querer ser recordado, pedindo apenas que rezassem por ele.
No dia 16 de janeiro o Cónego Fernando Monteiro faleceu. A Sé Catedral tornou-se pequena para os muitos amigos, irmãos sacerdotes e família que lhe quiseram dizer um último adeus. Em S. Bartolomeu do Rego, foram imensas as pessoas que ficaram à porta da pequena igreja: nem um único lugar por preencher. Fizeram-se presentes várias autoridades civis e militares.
Crianças, jovens, adultos, ricos, pobres, conhecidos, anónimos, todos se fizeram presentes, espelhando bem aquela que foi a vida do Cónego Fernando: dedicada a todas as pessoas, sem distinções. Em comum, o mesmo sentimento: gratidão pela ajuda de “um grande homem” que jamais será esquecido.
1 Comentário
Rosa Silva
Cónego Fernando Monteiro, grande amigo, grande homem. Ficará para sempre no meu coração. Eterna saudade