Fundada em 2006 por Filipe Ramos e Pedro Cardoso, ambos professores de Educação Física, a OndaMagna Surfschool afirmou-se como um projeto pioneiro na promoção do surf e do turismo náutico no concelho de Esposende. Nascida do desejo de democratizar o acesso a uma modalidade outrora distante para muitos jovens da região, a escola tornou-se um agente incontornável no desenvolvimento desportivo, educativo, económico, ambiental e turístico do território, posicionando praias como Ofir, Apúlia e Suave Mar no mapa dos destinos de referência para a prática do surf em Portugal.
Como é que nasceu a ideia da OndaMagna Surfschool?
A OndaMagna Surfschool nasceu em 2006, da paixão pelo surf e do sonho de promover atividade física, num contexto de prática que todos adoramos, a praia, de dois jovens professores de Educação Física. Queríamos partilhar a nossa paixão pelo surf e pelo estilo de vida associado, oferecendo uma experiência autêntica e de qualidade a todos os que quisessem experimentar este desporto maravilhoso. Queríamos também tornar mais acessível uma prática que, até então, era ainda pouco “democratizada”, digamos. O nosso lema era Desporto para Todos, Ambiente, Educação.
O que vos motivou, enquanto jovens professores de Educação Física, a transformarem uma paixão de juventude num projeto profissional?
A motivação partiu da vontade de aliar a nossa formação académica na área da Educação Física à nossa paixão e experiência pelo surf, em particular, e pelo desporto em geral. Acreditávamos que podíamos criar uma Escola de Surf com uma abordagem pedagógica diferenciada, focada na qualidade do ensino e na promoção de um estilo de vida ativo e saudável. Queríamos também contribuir para o desenvolvimento do surf na nossa região e criar um espaço onde as pessoas pudessem aprender, evoluir e partilhar da mesma paixão.
Que papel consideram que a OndaMagna desempenhou no crescimento do surf e do turismo náutico na região?
A OndaMagna desempenhou um papel fundamental no crescimento do surf e do turismo náutico em Esposende. Fomos pioneiros, não propriamente na oferta de aulas de surf, pois outro projeto já existia, mas na oferta desse serviço com uma abordagem claramente mais estruturada, profissional e pedagógica. Desenvolvemos esse trabalho sempre em estreita articulação com o poder local, através das vereações do Desporto e do Turismo da Câmara Municipal de Esposende, mas também em comunhão com outras entidades, que a título de exemplo podemos nomear o Instituto de Conservação da Natureza do Parque Natural Litoral Norte, a Esposende Ambiente, as escolas, nomeadamente a EPE – Escola Profissional de Esposende, para além de toda a rede de alojamentos locais e unidades hoteleiras de Fão, a localidade onde se encontra a praia de Ofir, Apúlia e Esposende. Hoje em dia, continuamos esse legado, com projetos que contribuíram, por exemplo, para a criação da Estação Náutica de Esposende, uma plataforma de promoção do turismo da nossa região, que trabalha em rede com 35 outras Estações Náuticas de Portugal, processo com o envolvimento do Ministério do Mar, Secretaria de Estado do Turismo/Turismo de Portugal e do Ministério da Educação.
Como veem hoje a evolução das praias de Ofir, Apúlia e Suave Mar enquanto destinos de surf?
As praias de Ofir, Apúlia e Suave Mar são atualmente verdadeiros destinos de surf. As condições naturais destas praias, com ondas para todos os níveis, a beleza da paisagem e a proximidade a outros pontos de interesse turístico como são as nossas cidades minhotas, e o Porto, aqui tão perto, fazem delas locais ideais para a prática do surf. Acreditamos que ainda há potencial para crescer e desenvolver o turismo de surf na região, com a criação de infraestruturas e serviços de apoio aos praticantes.
«Contribuímos para a formação de grande parte dos atuais treinadores de surf locais»
Sentem que contribuíram para criar um verdadeiro “ecossistema de surf” em Esposende?
Sem dúvida. Ao longo dos anos, e já lá vão quase 20, para além do nosso serviço de aulas de surf regulares, enquanto escola de surf, desenvolvemos projetos, atividades diversas e eventos que promoveram o surf e as praias da região de sobremaneira. Contribuímos para a formação de grande parte dos atuais treinadores de surf locais, temos sido entidade de acolhimento de estágios dos cursos de formação de treinadores de surf, tal como de formações em contexto de trabalho de cursos profissionais da região, fomos principais “instigadores” e parceiros da Câmara Municipal de Esposende no desenvolvimento do projeto que equipou as nossas praias com infraestruturas de apoio à prática do Surf, no contexto do European Surf Destination, estivemos na organização de campeonatos, somos sócios fundadores da Associação de Escolas de Surf de Portugal, para além do contributo para a Estação Náutica já referida na questão anterior. Depois de nós, muitos outros negócios, empresas e serviços associados ao surf têm surgido na região – surf camps, outras surfschool, lojas, empresas de reparação de fatos e de pranchas, entre outros. À parte do contributo para o desenvolvimento da rede comercial/empresarial, lembramos também aqui, nesta questão, alguns dos nossos serviços que têm contribuído para este “ecossistema”, e que são, atualmente, já emblemáticos para a juventude e famílias da região. Região alargada, entenda-se. Ora vejamos, por exemplo, o nosso campo de férias de verão, intitulado de Surf Camp VAIVÉM. Este campo de férias torna acessível o surf à “juventude mais nova” de, além de Esposende e Barcelos, cidades como Braga e Guimarães, através da integração da valência de transporte diário, partindo de Braga, desde o final do ano letivo, até meados de agosto. Mobiliza ainda uma rede alargada de “juventude mais crescida”, muitas das vezes jovens que “cresceram connosco”, no papel de monitores, adquirindo aqui experiências laborais enriquecedoras para os seus futuros. Depois, o projeto ECOSURF, projeto de educação ambiental e consolidação de hábitos de vida ativa e saudável para grupos escolares de toda a região norte de Portugal. Tem sido um gosto muito especial para nós, professores, vermos este projeto, que existe desde o início da OndaMagna, ganhar força e consolidar o seu propósito. E já que falamos de serviços emblemáticos na OndaMagna, permitam-nos ainda lembrar as nossas Turmas de Evolução e de Intermédios, os Surf Shuttles para bracarenses, nomeadamente estudantes universitários em Erasmus, e os ciclos de Yoga Surf.
Que tipo de aulas e programas oferecem atualmente? Como se estrutura o vosso ano letivo?
Atualmente temos aulas de surf e/ou bodyboard de Iniciação, Intermédios e Turma de Evolução, isto, naquilo a que podemos considerar atividade regular. Esta atividade ocorre sem interrupção, pois estruturamos o ano letivo de forma a aproveitar as melhores condições de surf a cada momento. As características das nossas praias e clima permitem-nos trabalhar, para os diversos níveis de surf, durante todo o ano, portanto, dizemos que “temos aulas de surf todos os dias, salvo condições adversas”. E a mensagem tem chegado bem aos nossos clientes e pretendentes a alunos OndaMagna. Hoje em dia, a tecnologia está do nosso lado, para a questão da comunicação, com redes sociais e aplicações de troca de mensagens e informações cada vez mais eficazes. Dá trabalho, mas é relativamente fácil ir monitorizando e articulando com os alunos as previsões das condições para a prática e as agendas de marcação das aulas. Há uma maior concentração de atividade ao fim de semana, é certo, nomeadamente na época baixa, mas também trabalhamos durante a semana, com muita regularidade. Na época alta, nomeadamente, no verão, mantemos a atividade regular, obviamente, mas redirecionamos, muita da nossa atenção e energia para o Surf Camp VAIVÉM e para as aulas dos campos de férias de entidades escolares, colégios e centros de ocupação do tempo livre das crianças que nos solicitam a prestação do nosso serviço de aulas/experiências de surf. A par de toda esta atividade, os eventos vão acontecendo, aqui e ali, ao longo de todo o ano. Por exemplo, no passado mês de Abril tivemos 5 “ECOSurfs”, entre escolas de Braga, Barcelos, Famalicão e Póvoa de Lanhoso. Realizamos um ICESurfing, evento em parceria com a TimeWorthy Events, onde promovemos aulas de surf e yoga para mais de 40 participantes. Outros eventos, assentes em conceitos que já se confundem com a nossa história, vão então acontecendo, como dizia, aqui e ali, mas obviamente mais por altura do verão. Lembro os ciclos de YogaSurf em parceria com diversos estúdios/instrutores de Yoga locais, bracarenses, barcelenses e até do Porto, que são já uma tradição, e as Surfadas Noturnas, mais recentemente divulgadas com o nome de Nigth Surfing, normalmente uma a “abrir” o verão e outra a “fechá-lo”. Depois temos os “Team Buildings”, as Festas de Aniversário, os Baptismos de Surf, os “Surf 4 Kids” e os Girls Surf Days à medida das solicitações.
Quais são as principais diferenças entre as turmas de iniciação, intermédios e evolução?
As turmas de iniciação são destinadas a quem nunca praticou surf ou tem pouca experiência. Nestas turmas, ensinamos os fundamentos e competências básicas do surf, desde a segurança na água até às técnicas de aprendizagem do chamado take-off (a ação de passar da posição deitado para de pé em cima da prancha) e a capacidade de se começar a surfar a onda, na verdadeira aceção da palavra. As turmas de Intermédios e de Evolução são para quem já tem alguma experiência e quer aperfeiçoar as suas técnicas e aprender manobras mais avançadas, se bem que a primeira para jovens adultos e a segunda para crianças e jovens adolescentes. A Turma de Evolução tem ainda duas características, permitam-nos dizer/promover, fantásticas, uma é que há sempre pelo menos uma aula por semana, mesmo que as condições do mar e/ou climatéricas não estejam de feição para entrar na água, recorrendo-se, para o efeito, a espaços “indoor” ou “skateparks”, a fim de se procurar desenvolver competências complementares de surf, com conteúdos teóricos, de aptidão física e/ou técnicas através dos “surfskates”. A segunda característica apelativa desta turma é a oportunidade que os alunos têm de se experimentarem em contextos competitivos, através da participação nas provas dos Regionais de Surf do Norte.
Como é feito o acompanhamento da progressão dos alunos?
O acompanhamento da progressão dos alunos é feito, sempre que possível, de forma individualizada e contínua. Os nossos treinadores avaliam o desempenho de cada aluno em cada aula e dão feedback personalizado para ajudá-los a melhorar. Nas turmas de Intermédios e de Evolução também utilizamos ferramentas de vídeo e/ou fotografia para analisar a técnica dos alunos e identificar áreas que precisam de ser trabalhadas. Além disso, organizamos regularmente práticas específicas para que os alunos possam colocar em prática o que aprenderam e medir o seu progresso.
Que tipo de público procuram mais – crianças, jovens, adultos, turistas, locais?
A OndaMagna é procurada por um público muito diversificado, desde crianças e jovens que querem aprender a surfar, até adultos que procuram um novo desafio ou uma forma de relaxar e estar em contacto com a natureza. Recebemos tanto turistas como locais, e temos alunos de todos os níveis. A nossa escola é conhecida por ser acolhedora e inclusiva, e procuramos adaptar as nossas aulas e programas às necessidades e interesses de cada aluno.
A segurança é um tema central. Que medidas implementam para garantir um ambiente seguro nas aulas?
A par de um plano de segurança, anualmente monitorizado através do processo de licenciamento de atividade, que envolve diversas entidades, nomeadamente a autoridade marítima local e a Câmara Municipal de Esposende, implementamos ainda várias medidas para garantir segurança em toda a extensão da nossa atividade. Por exemplo, na formação de equipas qualificadas, a nossa equipa conta com diversos professores de educação física, surfistas experientes, nadadores-salvadores e treinadores qualificados com o Título de Treinadores de Surf. A par do currículo individual de cada um, procuramos, ainda assim, através de “briefings” e/ou encontros técnicos formais ir aprimorando o nosso “modus operandi”. Procuramos também que todos façam formação específica e regular. A título de exemplo, conseguimos este ano (e quando dizemos conseguimos é porque fomos nós quem de facto “instigou” para que acontecesse), que a Câmara Municipal de Esposende, a Associação de Escolas de Surf de Portugal e a Autoridade Marítima Nacional se alinhassem para a realização de um evento de formação, apelidado de Surf Rescue, a realizar na nossa mui bela praia de Ofir, precisamente agora no decorrer mês de maio, dia 19. Grande parte da nossa equipa estará presente, nesta formação de desenvolvimento de competências em resgate e salvamento aquático, suporte básico de vida e primeiros socorros. Depois, no equipamento adequado, apostamos em pranchas e fatos de alta qualidade e em bom estado de conservação, e fornecemos todo o equipamento necessário para as aulas. Relativamente ao rácio de número de alunos por treinador, não só cumprindo escrupulosamente as orientações da Federação Portuguesa de Surf, como, aqui e ali, reforçando sempre a equipa para fazer face a situações pontuais de maior atenção, com público especial e/ou crianças, por exemplo, com menor grau de autonomia. A escolha dos locais e horários é sempre de acordo com o nível dos alunos e os padrões de segurança para cada local/maré. E, por fim, os protocolos de segurança estão assentes em critérios hierárquicos de supervisão pedagógica.
«O surf é para todos, independentemente da idade ou condição física»
Quem nunca praticou surf pode começar sem receios? É mesmo para todos?
Sim, o surf é para todos! Qualquer pessoa pode começar a praticar surf, independentemente da idade ou condição física. As nossas aulas de iniciação são projetadas para ensinar os fundamentos do surf de forma segura e divertida, com respeito pela progressão pedagógica adaptada a cada um. Os nossos instrutores têm já muita experiência em trabalhar com alunos de todos os níveis, idades e condições.
Que conselhos dão a quem está a pensar dar os primeiros passos no surf?
Obviamente, quem vem ter connosco, e nos coloca essa questão, deu já o primeiro passo mais importante de modo acertado. Referimo-nos à opção de começar pelo sítio certo, ou seja, através de uma escola de surf, com treinadores qualificados e experientes e equipamentos de qualidade, sediada numa praia com excelentes características para a iniciação. Já agora, permitam-nos destacar, as praias de Ofir e Apúlia são, sem sombra de dúvida, das melhores, em toda a região norte de Portugal, para o efeito. E este será, certamente, o melhor conselho a dar a quem pretende iniciar o surf. Depois é importante respeitar as orientações dos treinadores, nomeadamente no que às questões de segurança e progressão pedagógica diz respeito. A utilização de material adequado, um fato que garanta conforto físico e térmico e uma prancha adequada de acordo com o nível, as características físicas do praticante e as condições do mar, são também questões muito importantes para iniciados, e que farão, certamente, parte do serviço que a escola de surf dará e das orientações dos nossos treinadores. Por fim, diríamos que é importante “entrar” na modalidade com espírito de missão e abertura para a boa disposição. Praticar um desporto requer sempre disciplina e resiliência e o surf não é exceção. A prática regular e consistente requer sempre dedicação e empenho. O surf, em particular, trará depois um lado divertido e de boa disposição, principalmente para os amantes das atividades na natureza, em geral, e do mar e das praias em particular, pois os momentos de fruição prazerosa da prática, em si, e do contacto com o contexto de prática serão, garantidamente, inúmeros e inspiradores. Desculpem, não podemos, para esta questão, deixar ainda de referir, Respeitar, Respeitar e Respeitar, o mar, os outros e as orientações dos instrutores e regras da modalidade. Boas Ondas…. (sorrisos).
Para além das aulas de surf, a escola oferece outras atividades ou experiências complementares?
Sim. Ao longo desta entrevista fomos já nomeando algumas. Relembrando, Aulas de Bodyboard, para quem preferir um outro tipo de deslize; SUP (Stand Up Paddle), para explorar a costa e o rio Cávado de uma perspetiva diferente; Yoga Surf, uma combinação de práticas que se complementam; Surf Camp VAIVÉM, o campo de férias de verão mais incrível da nossa região; o ECOSurf, um projeto de educação ambiental, com atividades e workshops para grupos/turmas escolares que vêm até nós no âmbito dos seus trabalhos de Cidadania e Desenvolvimento, Educação Física e/ou Ciências; Surf Shuttle, um serviço de aula de surf com serviço de transporte integrado, tipo vaivém, ideal para grupos de amigos e/ou turistas das cidades de Braga, Guimarães e Barcelos que pretendam ter uma experiência de surf sem se preocuparem com a deslocação para a praia. E ainda os outros nossos Eventos, já descritos (na questão 6), como os Night Surfing, Girls Surf Days, “Surf4Kids”, ICESurfing, entre outros.
Como surgiu a ideia dos campos de férias Surf Camp VAIVÉM?
A ideia do campo de férias Surf Camp VAIVÉM surgiu da vontade de proporcionar aos jovens uma experiência de férias diferente e enriquecedora, onde pudessem aprender a surfar, divertir-se, fazer novos amigos e estar em contacto com a natureza. Queríamos criar um programa que fosse mais do que apenas aulas de surf, mas sim uma experiência completa de desenvolvimento pessoal e social, dando, ao mesmo tempo, resposta à necessidade das famílias, na ocupação dos tempos livres das férias de verão das crianças e jovens da nossa região.
O que torna este campo de férias tão especial para os jovens e que tipo de feedback recebem das famílias das crianças e jovens participantes?
A combinação de atividades de surf, com outras desportivas e de lazer, o ambiente de convívio e amizade, a segurança e o acompanhamento constante dos nossos monitores às crianças e jovens, a par de um programa das 9 às 5, digamos, são sem sombra de dúvida os ingredientes mais especiais. Depois, a valência do serviço de transporte para bracarenses, integrado num pack completo, que contempla também o almoço. Por fim, a garantia de aprendizagem de competências e valores inestimáveis, como o respeito pelo ambiente, o trabalho em equipa, estimulação da autonomia e da superação pessoal, entre outros. O feedback, ano após ano, tem sido muito positivo, com pais que destacam o desenvolvimento dos seus filhos em competências que até então viam comprometidas ou, pelo menos, ainda por desabrochar, e crianças e jovens que enaltecem a alegria dos dias que passam connosco.
«Acreditamos que o surf e a educação ambiental estão intimamente ligados»
A OndaMagna é, portanto, muito mais do que uma escola de surf. Que importância atribuem à educação ambiental nas vossas atividades?
Acreditamos que o surf e a educação ambiental estão intimamente ligados. O mar é o nosso local de trabalho e de lazer, e temos a responsabilidade de o proteger e preservar. Por isso, a educação ambiental é uma parte fundamental das nossas atividades, e procuramos transmitir aos nossos alunos e participantes a importância de cuidar do ambiente marinho e costeiro. Já atrás foi referido, o nosso lema original, Desporto para Todos | Ambiente | Educação. Temos connosco esta questão desde o princípio, e o nosso trabalho, em prol de, está bem patente em todo o nosso modus operandi, narrativas de trabalho e atividades, onde o ECOSurf, tem papel de destaque.
Como nasceu o projeto ECOSurf e que impacto tem tido junto das escolas e participantes?
O projeto ECOSurf nasceu da vontade de desenvolver uma atividade de educação ambiental estruturada e direcionada para públicos escolares. A par de aulas de surf, o projeto inclui workshops, ações de voluntariado de limpeza de praia, caminhadas interpretativas ou provas de orientação pelo Parque Natural Litoral Norte, palestras sobre alterações climáticas, entre outras, que promovem a sensibilização para as questões ambientais, consolidam o respeito pela natureza e a aquisição de hábitos de vida ativa e saudável. O impacto do projeto tem sido muito positivo, com um aumento da participação de diversas escolas e um maior conhecimento e consciência ambiental por parte dos participantes.
Que papel acredita que o surf pode desempenhar na educação e no bem-estar das pessoas?
Para além dos benefícios físicos, como o desenvolvimento de capacidades como a força, a resistência e o equilíbrio, o surf também promove o bem-estar mental e emocional, proporcionando momentos de relaxamento, contacto com a natureza e experiências de superação pessoal. Além disso, o surf estimula valores sociais inestimáveis, para os dias que correm, como o respeito pela natureza, a perseverança, o espírito de comunidade, entre tantos outros.
Como vê o futuro do surf na região, em particular, e em Portugal, no geral, e qual será o papel da Onda Magna nesse cenário?
Vemos o futuro do surf na região e em Portugal com muito otimismo. O surf continua a crescer, tanto em número de praticantes como no reconhecimento de elemento fundamental da atual cultura portuguesa. Portugal é, hoje em dia, um destino turístico para praticantes de surf de todo o mundo. Com uma costa repleta de boas ondas, praias de beleza ímpar e uma cultura acolhedora, todos querem surfar connosco. E a OndaMagna continuará a desempenhar o papel ativo que tem desenvolvido ao longo dos últimos, já quase 20 anos. Continuaremos o nosso trabalho aqui pelo concelho de Esposende, a puxar para cima toda a região através do surf e dos serviços que prestamos, esbatendo distâncias geográficas e criando possibilidades de acesso ao surf a todos os públicos e mantendo uma aposta na qualidade dos nossos serviços.
Há novos projetos ou parcerias que nos possam revelar em primeira mão?
Sim, estamos sempre a trabalhar em novos projetos e parcerias. Atualmente, estamos a desenvolver um programa de surf adaptado para pessoas com deficiência, em parceria com uma associação local. Também estamos a trabalhar num projeto de surf trip para outros destinos em Portugal e no estrangeiro, para proporcionar aos nossos alunos a oportunidade de surfar em diferentes ondas e culturas. Além disso, estamos a reforçar a nossa parceria com entidades locais para promover o turismo de natureza e o desenvolvimento sustentável da região. Gostaríamos também de salientar a parceria da Onda Magna com o CCD Braga cujos sócios usufruem de condições especiais nas nossas aulas de surf e Surf Camp Vaivém, entidade esta que nos apoia de sobremaneira via utilização do espaço da Colónia de Férias de Apúlia, fornecimento de refeições e nas aulas de surf da Onda Magna na Praia de Apúlia.
Sentem que ainda há muito por fazer em Esposende no que toca ao surf e ao turismo náutico?
Sim, sentimos que ainda há muito por fazer. Apesar dos progressos realizados, acreditamos que há ainda muito potencial para desenvolver, nomeadamente na qualidade da oferta dos serviços. Para tal, a questão das infraestruturas de apoio aos praticantes é fundamental. Acreditamos, porém, que o poder local, em articulação com a rede de operadores dedicados ao surf e do turismo náutico da região, conseguirá dar esses passos num futuro breve. Aqui, por Esposende, temos tudo para continuar a garantir o acesso a vivências de excelência, no que se refere ao surf, em particular, mas também ao Turismo e ao Desporto, em geral.
O que vos dá mais orgulho quando olham para trás?
O que nos dá mais orgulho quando olhamos para trás é ver o impacto positivo que a OndaMagna teve na vida de tantas pessoas, desde os nossos alunos que aprenderam a surfar e encontraram uma nova paixão, até aos jovens que participaram nos nossos cursos de surf e campos de férias e cresceram como pessoas, passando pelo desenvolvimento do surf na nossa região. Ver que contribuímos para criar memórias felizes, promover um estilo de vida saudável e valorizar o nosso património natural é a nossa maior recompensa.