Escritor do mês

Ariano Suassuna

Ariano Suassuna nasceu a 16 de junho de 1927, em João Pessoa, Brasil. Filho de João Suassuna e de Rita de Cássia Villar, foi o oitavo dos nove filhos do casal. Passou os primeiros anos da sua infância na fazenda Acahuan, no município de Sousa, no sertão do Estado.

Foi poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. Destacou-se por ter sido o principal responsável do Movimento Armorial no nordeste do Brasil, um grupo intelectual e folclórico dedicado à descoberta e recriação das raízes históricas da cultura luso-brasileira naquela região.

Professor de estética e teoria do teatro, Suassuna envolveu-se tanto no ofício de escrever peças quanto na administração de grupos teatrais, tendo sido fundador do Teatro Estudantil da Universidade Federal de Pernambuco e nomeado diretor do centro de educação cultural. Suassuna reabilitou o auto medieval ibérico como uma forma teatral viável para uso no palco do século XX em obras como o “Auto da Compadecida” ou o “Auto de João da Cruz”.

Recorreu à tradição estabelecida por Gil Vicente em Portugal do século XVI para muitas das suas peças, incluindo “Uma mulher vestida de sol” (1947), “Cantam as harpas de Sião” (1948) e “Faça da boa preguiça” (1960). Para além disso, emprestou elementos do teatro de bonecos em peças como “A pena e a lei” (1959) e baseou-se amplamente na poesia popular e nas formas musicais do nordeste brasileiro na criação de uma espécie de “teatro circense”.

Em 1971, Ariano Suassuna publica “Romance d’A Pedra do Reino” e “Príncipe do Sangue do Vai e Volta”, com mais de 700 páginas, que demorou dez anos para ser concluído.

Em 1989, Ariano foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 2007, assumiu a Secretaria Especial de Cultura do Estado de Pernambuco. Entre romances e poesias, Ariano Suassuna escreveu 15 livros e fez 18 peças de teatro.

Faleceu com 87 anos, a 23 de julho de 2014, em Recife, no Brasil, vítima de uma paragem cardíaca.

“Auto da Compadecida”

É considerado uma das obras mais conhecidas no Brasil, tornando-se inclusive em minissérie e filme. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos e consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. João Grilo e Chicó são os dois principais protagonistas desta história repleta de peripécias.

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