Esta sub-região vitícola é, sem dúvida, uma das maiores da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, pois aqui fazem parte os concelhos de Paços de Ferreira, Paredes, Lousada, Felgueiras, Penafiel e as freguesias de Vizela (Santo Adrião) e Barrosas (Santa Eulália) do concelho de Vizela.
Trata-se de uma zona interior, mas sem invernos fortes e verões muito quentes, resultado da influência atlântica e dos rios Ferreira, afluente do rio Sousa que nasce em Felgueiras e desagua no rio Douro. Ao atravessar este território, proporciona um vale fértil, ameno e com um relevo pouco acentuado, apresentando uma altitude média na ordem dos 330 metros, variando entre os 22 e os 582 metros.
Aqui as amplitudes térmicas são baixas, assim como o número de dias de forte calor durante o Verão e as pluviosidades caracterizam-se por estar abaixo da média, apresentando assim as quatro estações bem definidas.
No que respeita aos solos, estes são de origem granítica e com alguns afloramentos xistosos, proporcionando para a cultura da vinha solos de aluviam nas veigas junto aos rios e ribeiros e solos ligeiramente mais grosseiros e pobres nas zonas de encosta, onde se localizam grande parte das superfícies vitícolas deste território.
Ao nível das castas encepadas nestes vinhedos, sem dúvida que as castas brancas, Arinto e Azal, manifestam aqui o seu exponencial máximo, no entanto, o Loureiro e a Trajadura são, também, muito expressivas e típicas neste espaço territorial. Por outro lado, o Azal e o Avesso, que têm uma maturação mais exigente se forem instaladas em zonas de meia encosta, proporcionam vinhos com particularidades e singularidades bastantes interessantes ao nível dos vinhos daí resultantes, normalmente bastante aromáticos e acídulos, mas com caracter, frescura e longevidade.
No que diz respeito às castas tintas para os vinhos verdes tintos, vinificam-se a partir das castas Borraçal e Vinhão, que se encontram disseminadas por todo o Vale do Sousa, juntamente com o Amaral e o Espadeiro, que muitas das vezes são utilizadas para a produção de vinhos rosados. Onde os vinhos tintos apresentam aqui uma grande intensidade de cor e aroma enquanto que os rosados expressam a sua leveza, fruta e frescura.
Terras do Sousa é uma designação que já vem dos tempos medievais, aqui possui cerca de meia centenas de monumentos, reunidos na Rota do Românico do Vale do Sousa, que nos faz reportar para o início da Nacionalidade, onde possui um vasto património arquitetónico, erguidos entre os séculos XI e XIV, que compreende: mosteiros, igrejas, capelas, pontes, memoriais, castelos, torres senhoriais, solares e quintas com muitas vinhas, muitas delas inseridas na Rota dos Vinhos Verdes
Foi neste território da Rota do Românico no Vale do Sousa que muitas famílias senhoriais e ordens religiosas, ajudaram no desenvolvimento agrícola e, em especial, na cultura da vinha, que atualmente está dispersa por mais de 470 Km2, onde existem mais de 3200 ha de vinhas, distribuído por cerca de 3000 viticultores, com um tecido empresarial ligado ao setor da vinha e do vinho, com mais de 50 agentes económicos que cultivam e transformam estas uvas em preciosos Vinhos Verdes, Brancos, Tintos e Rosados nas variantes de Vinhos, Espumantes e Aguardentes.
João Pereira,
Enólogo
QUINTA DE LOUROSA
Região: DOC Vinho Verde
Sub Região: Sousa
Casta(s): Arinto, Loureiro e Avesso
Produtor: Quinta de Lourosa, Soc. Agricola, Lda
Ano de Colheita: 2020
Preço: Entre 4,0€ e 5.50€
Álcool: 11.5%
Enólogo: Joana Castro
Notas de Prova: Visualmente agradável, cristalino e de cor citrino/palha aberto. Aromaticamente muito agradável e complexo com nuances florais e frutos tropicais. Ao nível do palato manifesta-se equilibrado, seco e frutado e estruturado, muito complexo e persistente.
Harmonizações: versátil, acompanha bem as entradas como fumeiro e queijo curado, assim como pratos de peixe, marisco ou sushi ou pratos de carne branca (como frango e pato).
QUINTA DA LIXA
Região: DOC Vinho Verde
Sub Região: Sousa
Casta(s): Vinhão
Produtor: Quinta da Lixa – Sociedade Agrícola, Lda
Ano de Colheita: 2020
Preço: Entre 3.5€ e 5,5€
Álcool: 12,5%
Notas de Prova: visualmente apresenta uma cor rubi violáceo intenso e o aroma é de frutos silvestres, elegante e frutado. Ao nível do palato manifesta-se denso, com taninos suaves e ligeiro vinoso típico da casta. Jovem, fresco, elegante e acidez perfeita.
Harmonizações: Um ótimo vinho para acompanhar pratos fortes, nomeadamente os tradicionais da região, como a cabidela, a lampreia, os rojões ou o cabrito assado.