Quando o sol vem para ficar, as idas à praia, à piscina e ao parque tornam-se muito frequentes. Entre castelos de areia e a alegria que esses momentos proporcionam não devemos esquecer os cuidados a ter com as crianças. Embora o sol seja importante (p.ex. síntese de vitamina D), os raios solares e a pele desprotegida não são bons amigos, podendo levar, entre outras, a queimaduras cutâneas, desidratação e cancro da pele.
De forma a aproveitarem o sol de forma sensata e criteriosa fazendo dele um benefício para a saúde, são aconselhadas as seguintes recomendações:
– Crianças com idade inferior a 12 meses não devem ser expostas diretamente ao sol. Nas crianças com idade superior, a exposição solar deve ser cuidadosa, evitando o período entre as 10 e as 16 horas dada a maior intensidade de raios ultravioleta (UV). Como forma de orientação, permaneça na praia quando a sombra da criança for maior que a própria criança; porém, quando a sombra for mais pequena ou igual está na hora de abandonar o local;
– A melhor proteção para a pele é o uso de roupa. Assim sendo, vista a criança com roupa fresca, confortável e de algodão cobrindo o máximo de corpo possível, opte por cores escuras – preto, azul, verde – mais absorventes de UV. Atualmente existem roupas com proteção UV;
– Utilize sempre um protetor solar cujo índice de proteção solar (sun protection factor – SPF) seja máximo (superior a 30). O SPF é uma medida relativa de proteção solar e não do tempo que se pode passar ao sol. Assim, deve aplicar o protetor 30 minutos antes da exposição e renovar a aplicação de 2 em 2 horas e após banhos, mesmo que o protetor se afirme resistente à água. Os “batons” podem ser úteis para zonas como os lábios, o nariz e em volta dos olhos. Não esqueça as áreas mais expostas como o nariz, o pescoço, os ombros, o peito dos pés, etc;
– Procure sombra quando os raios UV forem mais intensos, mas lembre-se de que as árvores ou guarda-sóis não oferecem proteção solar completa. Quando as crianças estão à sombra, a luz solar é refletida na areia ou na superfície da água e continua a atingir a pele. Atenção aos dias frescos e nublados de verão, muitas vezes traiçoeiros. As nuvens e o vento baixam a temperatura sentida e fazer esquecer que a radiação UV chega à pele na mesma intensidade.
– Leve água e refeições ligeiras e frescas (p.ex. fruta).
– O chapéu é um companheiro indispensável, idealmente de abas largas para tapar o sol da face, orelhas e pescoço. A criança deve usar óculos de sol com filtros de proteção UV.
– Esteja atento aos índices UV ao programar as atividades em família (consulte o site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera).
O sol não existe só na praia. Os cuidados são extensíveis também às atividades ao ar livre, aos passeios e até nas viagens de carro. E, naturalmente, são válidos para os adultos.
Não se esqueçam, é mais fácil os nossos filhos adquirirem bons hábitos se forem ensinados a fazê-lo.
Joana Cunha de Oliveira
Médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga