Reconhecida como uma das escritoras mais importantes do século XX, Chaya Pinkhasovna Lispector, conhecida como Clarice Lispector, foi uma escritora e jornalista, naturalizada brasileira. De origem judaica russa, nasceu a 10 de dezembro de 1920 na cidade ucraniana de Tchetchelnik. Os seus primeiros momentos de vida estiveram marcados pela perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa. Com apenas dois meses de idade, a sua família fugiu para o Brasil, onde mudaram os nomes e viveram nas cidades de Recife e Rio de Janeiro.

Apesar de ter nascido na Ucrânia, Clarice dizia não ter nenhuma ligação com a terra onde nasceu –“Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo” – e sempre se considerou brasileira. Com um ar místico e inovador, era possuidora de uma personalidade enigmática capaz de transmitir sensações únicas, que conseguiu projetar nas personagens femininas das suas obras. Muitos consideravam-na uma mulher misteriosa, incompreensível e de difícil acesso.

Deixou uma vasta obra literária composta por romances, novelas, contos, crónicas, literatura infantil e entrevistas. Laços de Família (1960), A Paixão segundo G.H.(1964), A Hora da Estrela (1977), e Um Sopro de Vida (1978) são só algumas das obras mais famosas da escritora, que se destacam pelas cenas quotidianas e tramas psicológicas. Foi uma das mais destacadas escritoras da terceira fase do modernismo brasileiro, chamada de “Geração de 45”. Faleceu no Rio de Janeiro, a 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57.^o aniversário, devido a cancro nos ovários.

A Maçã no Escuro

Martim pensa que matou a mulher, por isso tem de fugir. Primeiro procura refúgio num hotel e depois socorre-se de uma fazenda. Será este homem atormentado, que foge na noite, condenado? E será que isso importa realmente? Entre o medo e a procura da liberdade será possível recomeçar?

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