A Revolução dos Cravos, como é conhecida, ocorreu a 25 de Abril de 1974 e acabou com o regime ditatorial do Estado Novo, em vigor desde 1933.
A Revolução foi liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) que conseguiu, finalmente, libertar o país da repressão e censura em que se encontrava. Coisas tão simples como ler, estar com os amigos ou ouvir música eram, até então, altamente controladas e punidas.
Os militares, os “Capitães de Abril”, conseguiram derrubar o Estado Novo sem recorrer à força. Os cravos distribuídos e empunhados ao peito ou nas próprias armas simbolizam essa conquista.
Nos dias a seguir à Revolução foram encerradas a Mocidade Portuguesa, o Movimento Nacional Feminino, a Legião Portuguesa, a União Nacional e a PIDE, instituições e formas de governo fascistas.
Terminou a censura, os prisioneiros políticos foram libertados, passou a existir liberdade de expressão e de reunião e foi concedida a independência às colónias africanas.
Com Marcello Caetano derrotado, a 25 de Abril de 1976 foi aprovada uma nova constituição que ainda se encontra em vigor.
Democracia e liberdade permanecem até aos dias de hoje.
Breve Cronologia do 25 de Abril
Breve Cronologia do 25 de Abril
1973
A guerra colonial não tinha fim à vista. Era rara a família que não estava de luto: os jovens eram obrigados a partir para combater e muitos não regressavam. Neste ano surgiram as primeiras manifestações populares contra a guerra, tendo Marcello Caetano reforçado a PIDE. Começa a ser planeado o golpe de estado.
Capitães
Surge o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto sobretudo por capitães que já tinham lutado na Guerra do Ultramar. Estes militares ficaram conhecidos como “Capitães de Abril”.
Março
Houve uma primeira tentativa de Golpe Militar a 16 de março de 74. Grupos militares oriundos das Caldas da Rainha, Lamego, Mafra e Torres Novas partiram em direção a Lisboa. Uma rebelião imprevista em Lamego faz com que a missão seja abortada. Os militares das Caldas da Rainha, no entanto, já se encontravam em Santarém e acabam detidos.
Música
Cinco minutos antes das 23h00 do dia 23, passa na rádio a canção “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, a primeira senha combinada para o início das operações do MFA.
À meia noite e vinte é ouvida a segunda senha: “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso.
Cravos
Há quem diga que foram distribuídos aos militares em sinal de agradecimento pela liberdade. O que é certo é que foram colocados nos canos das espingardas e tornaram-se no maior símbolo da pacífica Revolução.
Ferro e fogo
A Revolução poderia ter sido tudo menos pacífica. A fragata Almirante Gago Coutinho recebeu ordens do Estado Maior da Armada para abrir fogo no Terreiro do Paço, disparando assim contra civis e militares. A ordem não foi cumprida.
Vítimas
Apesar de a Revolução ter sido feita sem recurso a armas, houve pelo menos quatro mortos e vários feridos na sequência do Golpe de Estado. No final do dia, algumas pessoas encontravam-se junto à sede da PIDE a exigir o seu encerramento. Os agentes dispararam indiscriminadamente. Estas foram as únicas vítimas da Revolução.
Presos
Os primeiros presos foram libertados no dia 26 de abril, quando as forças militares conseguiram ocupar o Forte de Caxias. No dia seguinte foi a vez do Forte de Peniche, seguindo-se, no dia 30 de abril, os presos em Cabo Verde, na prisão do Tarrafal.