O Minho é rico em histórias e tradições. Oferece-nos paisagens deslumbrantes, sabores inenarráveis e um património rico e colorido. Não é de espantar que da terra brotem, frequentemente, filhos notáveis. Nesta edição conheça alguns dos filhos do Minho que se destacaram na História, em parte pelo seu coração.

António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido como António Variações, nasceu em Fiscal, uma pequena aldeia do concelho de Amares, a 3 de dezembro de 1944. Filho de agricultores, cabia-lhe ajudar os pais no campo, mas a paixão pela música fazia-o abandonar muitas vezes as obrigações, preferindo as festas da aldeia e folclores. É uma referência incontornável da música portuguesa apesar de não ter um estilo tipificado, combinando antes vários géneros como o rock, pop, blues ou fado. Entre as suas canções sobressaem os hinos ao país e músicas de amor ou paixão, algumas até com elevado cariz sexual, algo impensável para a altura. Faleceu a 13 de junho de 1984, vítima de HIV.

Elísio de Moura nasceu em Braga a 30 de agosto de 1877 e foi o primeiro Bastonário da Ordem dos Médicos. A ele se deveu a fundação do Manicómio de Sena. Destacou-se no ensino e investigação de Psiquiatria e Neurologia: em 1907 consegue dar início em Portugal à lecionação das duas disciplinas na Universidade de Coimbra. A 5 de junho de 1947 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, a 31 de maio de 1961 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Benemerência e a 5 de Julho de 1971 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Faleceu a 18 de junho de 1977 e foi sepultado no Cemitério de Monte d’Arcos.

Foi professora, tradutora, biógrafa, contista, romancista e enfermeira. Maria Ondina Braga nasceu a 13 de janeiro de 1932 e faleceu a 14 de março de 2003. Licenciou-se em Literatura Inglesa e viveu em Paris, Londres, Angola, Goa e Macau. Com grande bagagem multicultural, incluiu na sua obra as várias experiências que foi vivendo com o passar dos anos. Recebeu galardões como o Prémio Ricardo Malheiros ou o Prémio Eça de Queirós e é considerada como um dos grandes nomes femininos da narrativa portuguesa contemporânea.

José Maria de Eça de Queirós nasceu na Póvoa de Varzim, a 25 de novembro de 1845, e é considerado um dos mais importantes romancistas da literatura portuguesa. Apesar de a NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos) estabelecer que a Póvoa de Varzim pertence à Área Metropolitana do Porto, quando Eça nasceu ainda fazia parte do Minho. Os seus romances são famosos um pouco por todo o mundo, tendo sido as suas obras traduzidas em cerca de vinte línguas. “Os Maias”, aquela que é considerada a sua obra-prima, é por muitos críticos apontada como o mais importante romance português de sempre. Eça morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris.

Gisela João é uma fadista portuguesa nascida em Barcelos, a 6 de novembro de 1983. Gisela afirma que o fado é “música de intervenção romântica” e, por isso, gosta de se ver como uma “doutora do coração”. A 1 de julho de 2013 mostrou o seu álbum de estreia ao público, sucesso de vendas e críticas. Conquistou galardões de ouro e platina, o Prémio Revelação na VIII Gala dos Prémios Amália, e o Globo de Ouro para Melhor Intérprete Individual na XIX Gala dos Globos de Ouro. Em 2016 estreou novo álbum, “Nua”.