Este mês assinala-se o “Dia Nacional e Europeu de Luta contra a Obesidade”.  A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a obesidade como uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde.  O excesso de gordura é causado pelo sucessivo desequilíbrio energético entre calorias consumidas e calorias gastas, sendo a energia consumida superior à energia despendida.

Esta doença crónica, de génese multifatorial, é fator de risco para muitas outras doenças, tais como doenças cardiovasculares, diabetes, distúrbios músculo-esqueléticos e alguns tipos de cancro.

A prevalência mundial da obesidade aumentou globalmente nas últimas 4 décadas. Em Portugal, de acordo com os resultados do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF), 34,8% da população tem excesso de peso e 22,3% sofre de obesidade. Assim, de acordo com o relatório da OCDE, estima-se que, entre 2020 e 2050, o excesso de peso e as doenças associadas possam diminuir a esperança média de vida em cerca de 2,2 anos.

No que à obesidade infantil diz respeito, dados anunciados no último ano mostram um decréscimo animador, resultado de algumas medidas tomadas, nomeadamente, a implementação do imposto sobre bebidas açucaradas.

É importante notar que a adoção de um estilo de vida mais saudável é um fator preponderante na luta contra a obesidade e na promoção de saúde.

Assim, a situação atual de pandemia pode ser uma boa altura para mudar alguns hábitos e implementar uma alimentação saudável, que seja completa, variada e equilibrada, lembrando-se sempre que equilíbrio é a chave e que a quantidade pode ser inimiga da qualidade.

Desta forma, o momento de compra pode ser um fator determinante para aquilo que comemos, uma vez que, ao impedirmos que certos alimentos estejam à nossa disposição em casa torna-se muito mais fácil resistirmos a algumas tentações. Assim, organizar uma lista de compras prévia pode ser uma excelente estratégia, não só agora com as idas aos supermercados condicionadas, mas também para futuro. 

• Substituir os alimentos com elevada densidade energética por alimentos de elevada densidade nutricional; 

• Preferir alimentos integrais; 

• Incluir produtos frescos, tais como fruta e hortícolas, sendo que, nesta fase, é importante selecionar aqueles com maior durabilidade, onde os produtos congelados podem ser uma opção válida; 

• Optar por lacticínios magros (leite, iogurtes e queijo); 

• Evitar as gorduras, o açúcar e o sal de adição, podendo o adoçante e as ervas aromáticas serem interessantes alternativas; 

• Optar por escolher métodos de confeção mais saudáveis (cozidos, grelhados e escalfados); 

• Garantir um bom  aporte hídrico (1,5L-2L) diário, evitando as bebidas alcoólicas e açucaradas;

• Manter um padrão estável de refeições ao longo do dia; 

• Fazer a refeição devagar, mastigando bem os alimentos;

• Praticar atividade física regular (por exemplo caminhadas de 30minutos, cerca de 5x/semana). 

Estas mudanças podem ser um ótimo ponto de partida para alteração do estilo de vida, sendo que a procura de um Nutricionista pode ser uma excelente ajuda para atingir os seus objetivos e uma melhoria do estado de saúde, garantindo que as necessidades energéticas e nutricionais são atingidas.

Raquel Oliveira
Nutricionista do Hospital de Braga