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100 anos DM: foi bonita a festa!

Fotografias: © Miguel Fernandes | Photografia Miguel

O jornal Diário do Minho completou ontem cem anos de existência e vestiu-se a rigor para as celebrações. A Gala do Centenário começou às 19h00, no Espaço Vita, e reuniu várias autoridades civis, religiosas e académicas da região.

Arte e Cultura

O evento foi apresentado pelo professor Jorge Sequeira num estilo informal, mas que deliciou os presentes. Com casa cheia, entre funcionários, colaboradores e convidados, o fundador da empresa Team Building ficou responsável por fazer a articulação dos vários momentos que marcaram a noite.

O grupo RosaceaMusic, que interpreta vários géneros musicais desde a música clássica e litúrgica ao gospel, música celta, jazz e pop, foi a proposta musical da noite. As vozes de Joana Passos e Maria Figueiredo, acompanhadas por Gabriel Ferraz no piano e Hugo Vieira no contrabaixo, não deixaram ninguém indiferente. 

As equipas da BragaDança e da Rs Ballroom Team também ajudaram a colorir o evento, com as prestações de Joana Dias e Guilherme Ferreira (crianças), Diana Santos e Gian di Franco (adultos) a arrancarem grandes aplausos da plateia. A BragaDança encontra-se a desenvolver um trabalho na área da dança de salão desportiva com crianças de modo a divulgar e enaltecer a modalidade e a Rs Ballroom Team há muito que tem tido excelentes resultados a nível nacional e internacional com os seus atletas adultos.

Como um jornal que, apesar de “jovem”, se orgulha da tradição, o DM fez questão de convidar a Estudantina de Braga para atuar. Os tunos conseguiram “puxar” pela plateia e foi com muitas vozes a juntarem-se em coro que interpretaram algumas canções bem conhecidas, com António Variações a destacar-se.

 

Paixão

Os quatro discursos que pautaram a noite ficarão para sempre marcados na memória de todos aqueles que se juntaram às comemorações do centenário.

Damião Pereira, diretor do Diário do Minho, começou por agradecer aos anteriores diretores, que fizeram do jornal aquilo que é hoje em dia: um órgão de comunicação em que é feito jornalismo com rigor, isenção, credibilidade e pluralidade.

“Não podemos esquecer, no entanto, que os alicerces que hoje nos sustentam se podem tornar frágeis de um momento para o outro. Um perigo a que não é alheia a internet. É aqui que a sociedade consome cada vez mais informação, fazendo das redes sociais fontes de eleição, aparentemente muito corajosas, mas sem identidade, e onde credibilidade, confiança e qualidade não são preocupação. Pelo contrário, são terreno fértil para quem quer desinformar. A este aspeto negativo se associa, igualmente, a diminuição de vendas, assinaturas e contratos publicitários. Mas não nos deixaremos vencer por esta realidade. Contrariar esta tendência é uma obrigação de todos nós”, continuou.

Apesar da realidade dura, o discurso do diretor foi marcado pelo otimismo. Damião Pereira explicou que o DM se encontra a adotar novos modelos de negócio que permitem reforçar o nome da marca, otimizando, dessa forma, a sustentabilidade do jornal.

“Tudo faremos em prol de um investimento consciente e responsável, dirigindo todos os esforços à manutenção da qualidade e rigor informativo a que habituamos os nossos leitores.”

Damião Pereira

O Pe. Paulo Terroso, gerente da Empresa Diário do Minho, começou por relembrar também todos os que contribuíram para a vida e longevidade do jornal, desde os diretores aos administradores, jornalistas, trabalhadores da Gráfica e Arcebispos. A menção ao Cónego Fernando Monteiro e ao Pe. José Miguel, já falecidos, emocionou grande parte da assistência. O sacerdote falou ainda do passado, presente e futuro do jornal.

“Temos de encarar o jornalismo livre como um valor a defender. No caso concreto do Diário do Minho, a Igreja em Braga deve assumir com toda a responsabilidade, serenidade e naturalidade, com a mesma coragem, profecia e resiliências evangélicas dos seus antepassados, que o projeto editorial do jornal Diário do Minho é fundamental para uma leitura qualificada da realidade em chave cristã, rejeitando interesses particulares e totalitários, defendendo a vida e sendo a voz dos sem voz”, adiantou.

O gerente do DM afirmou ainda que o jornal vai “reinventar-se”, projeto que já está em curso. A aposta no online já está a ser feita e a “Minha” surgiu como novo projeto editorial do Grupo Diário do Minho há bem pouco tempo.

Termino com a assunção de um compromisso que deste modo se torna público. Da minha parte podem contar com esta certeza: o Diário do Minho continuará a ser um jornal, e de inspiração cristã.

 

Pe. Paulo Terroso

O Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, fez uma viagem ao passado e lembrou os tempos em que, ainda universitário, começou a colaborar com o DM através de alguns artigos de opinião. O edil recordou até com saudade o primeiro escrito que, mesmo com uma brincadeira no título, não foi alvo de censura, elogiando assim a pluralidade e abertura do jornal.

“Só a conjugação do esforço de muitos permite que hoje seja um jornal cristão, diário, plural e inovador, um projeto editorial que desafia as tendências que hoje são constrangimentos para a generalidade da comunicação social e que criam desafios do ponto de vista comercial, tecnológico e editorial”, adiantou Ricardo Rio, afirmando que o DM é um exemplo de perseverança.

O presente confessou ainda ser um leitor assíduo do Diário… e um dos primeiros do dia, já que aproveita para o ler todos os dias através da APP mal o jornal é disponibilizado online, por volta da uma da manhã. Ricardo Rio lembrou ainda todos os rostos “anónimos” que contribuem para a vida do jornal – como os paginadores, trabalhadores da gráfica e distribuidores – que trabalham enquanto a maioria das pessoas já dorme.

União

“União” talvez seja a melhor palavra para descrever a noite que também juntou centenas de funcionários, trabalhadores e colaboradores do Grupo Diário do Minho. Foi também esse o sentimento que deu o mote ao discurso do Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga.

“É importante recordar aqueles e aquelas que fizeram o jornal, mas gostaria que vivêssemos este presente histórico e que testemunhássemos a mais profunda gratidão àqueles que ainda hoje o fazem. Não diferencio ninguém. Quem coloca paixão nesta causa merece um abraço especial. Às vezes o invisível aos olhos é o mais fundamental. Acredito nisto. Daí a importância do trabalho anónimo de muitos”, adiantou, depois de ter prestado homenagem “a todos e todas” que sonharam o jornal.

Também o prelado apontou os constrangimentos dos dias que correm e as dificuldades encontradas no dia a dia para manter o Diário do Minho como “um órgão de comunicação reputado, sério, e que não se contenta em mostrar as cascas da superficialidade e do banal”. O Arcebispo desafiou ainda todos aqueles que fazem parte do DM a não se contentarem apenas com o exercício da profissão e antes encará-la com “a consciência de uma missão a cumprir, resultado de uma vocação assumida com responsabilidade e alegria”.

A festa continuou já no Claustro do Espaço Vita com os intervalos durante a refeição a serem preenchidos com música e animação.

O diretor-geral, Luís Carlos Fonseca, agradeceu a presença de todos e, em conjunto com o Arcebispo e o Bispo Auxiliar de Braga, os gerentes da Empresa e a direção, cantou os parabéns a um jornal “cada vez mais jovem”.

Os convidados levaram ainda para casa uma pequena lembrança: uma árvore, em metal, representando a vida e a criação. Os ramos significam os caminhos já percorridos pelo Jornal, através dos quais obteve e transmitiu conhecimento. Entre as ramificações estavam as dez décadas do Diário do Minho representadas por folhas que, apresentadas de forma ascendente, dão a ideia da vitalidade, força e vontade de informar… sempre.

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