O dossier de candidatura de Braga à Capital Europeia da Cultura 2027 foi apresentado e revela um projeto aberto ao mundo e apto para colocar a cidade num patamar de excelência em diferentes áreas, onde as questões locais são abordadas de acordo com uma lógica global. A cerimónia de apresentação decorreu no Café-Concerto da RUM, contou com casa cheia e foi transmitida via rádio e em diversas plataformas digitais. A urgência de ter tempo para agir em sintonia com a arte, com a comunidade, com a natureza e com a Europa são algumas das conclusões deste dossier que tem como lema “Tempo de Contemplação”, resultando da crença de que só as sociedades e comunidades contemplativas podem trazer uma nova consciência para pôr em ação uma Europa mais inclusiva, justa e sustentável. O documento resulta do trabalho que a cidade e os seus habitantes têm vindo a desenvolver desde 2018, onde foram realizadas numerosas ações de auscultação e participação, com diferentes formatos e metodologias, que atingiram mais de 3.000 pessoas e organizações ativamente interessadas no futuro da cultura de Braga. Entre elas contam-se artistas, agentes culturais, comunidades – crianças, jovens e idosos –, públicos com necessidades específicas, instituições de ensino superior, espaços culturais, promotores de eventos, assegurando a participação de diferentes pontos de vista políticos, visões, experiências e perfis. O plano de ação estabelece 35 programas dentro das quatro áreas-chave, 13 dos quais visam o setor cultural e criativo, incluindo o desenvolvimento de competências e formação; iniciativas de residências artísticas; serviços de apoio às empresas e ao empreendedorismo; incentivos à mobilidade internacional; plataformas de comunicação e de trabalho em rede; criação de espaços de trabalho. Naquilo que são os equipamentos culturais previstos, a grande novidade vai para a criação de um Museu de Arte Contemporânea, no centro da cidade. Destaque ainda para a intervenção na Recuperação do Convento de São Francisco, nas Ruínas Romanas, em Santa Marta das Cortiças, Museu dos Biscainhos, com recuperação e transição digital; no Mosteiro de Tibães, na Torre de Menagem, entre muitos outros projetos já calendarizados, para além dos investimentos públicos em projetos como o Media Arts Centre, no Edifício São Geraldo, e a requalificação na Francisco Sanches Cultural Hub, para ali ser instalado um centro multifuncional artístico. O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio mostrou grande confiança no êxito da candidatura e revelou que trará grandes vantagens à cidade. «É um dia muito feliz para a cidade de Braga e para a cultura em Braga. Acredito firmemente que vamos ganhar. Mas se não ganharmos, Braga já está a ganhar», revelou. Por outro lado, a coordenadora Geral da Braga’27, Cláudia Leite enalteceu também a qualidade desta candidatura e manifestou-se confiante no triunfo de Braga. O presidente da Delegação de Braga da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, João Duque elogiou o processo de candidatura e mostrou-se fascinado com o título “Tempo de contemplação”.