Mosteiro de São Martinho de Tibães
Sem Treta

Casa-mãe dos beneditinos no século XVI é hoje um dos principais pontos turísticos e patrimoniais de Braga

O Mosteiro de S. Martinho de Tibães foi fundado no final do século XI e teve o seu primeiro documento escrito em 1077. Situado na freguesia de Mire de Tibães, é de observância beneditina, no qual os monges seguiam as regras de São Bento de Núrsia e foi um dos principais mosteiros, senão o maior mosteiro beneditino em Portugal.

Após um período de grande prosperidade, teve uma grande quebra no século XIV, devido a crise sociais e económicas, que conduziram à sua decadência moral e material. No século XVI, o mosteiro tornou-se na casa-mãe da Ordem de São Bento de Portugal e no Brasil, ou seja, a sede do governo dos mosteiros beneditinos masculinos de Portugal.

Em 1934, as Ordens Religiosas foram extintas, o mosteiro encerrado e os seus bens inventariados e colocados à venda, à exceção da igreja, do passal e de uma zona conventual, até que em 1986, o estado português decidiu adquirir e recuperar este espaço.

Em 1944, foi classificado como imóvel de interesse público e, hoje em dia, é um lugar de referência na reabilitação patrimonial.

É um local que cativa visitantes e turistas e organiza ainda, diversas atividades educativas orientadas para todos os públicos, procurando dar a conhecer o Mosteiro de uma forma lúdica e pedagógica. A loja do mosteiro que existe desde 2009 pode ser também visitada pelos visitantes.

Seguem, de seguida, alguns dos espaços mais relevantes que constituem o Mosteiro de S. Martinho de Tibães:

A igreja

A igreja foi construída no século XVII, de estilo maneirista, proveniente de Itália depois do Renascimento, e que foi o utilizado pela Contrarreforma católica. É um espaço amplo com austeridade arquitetónica, mas ao mesmo tempo um espaço com mais luz e que tinha a possibilidade também de, ao longo do tempo, permitir que os modelos decorativos do seu interior pudessem ser modificados. São diversos estilos do trabalho da talha no nosso país, desde o maneirismo, o estilo nacional do barroco, o estilo joanino, o estilo neoclássico e ainda o modelo rococó desenhado pelo grande arquiteto português, André Soares. Nesta igreja, a área localizada perto do altar era destinada ao clero e, o povo ficava na parte mais atrás. Este espaço servia ainda como cemitério da paróquia, ou seja, os fiéis eram sepultados naquele local.

igreja

Coro Alto

Um espaço onde os monges iam fazer as horas canónicas, os 7 ofícios principais (orações do coro), que consistiam em rezar os salmos, antífonas e responsos. Começavam com as matinas às duas da manhã, a prima às 5 horas, a tércia por volta das 8 horas, depois a sexta por volta das 10h00 – era o jantar deles (o nosso jantar para eles era a ceia). Depois, a noa às 12h00, as vésperas por volta das 15h00 e, ao final do dia, às 17h00, as completas. Ofícios que eram longos mas obrigatórios diariamente.

coro alto

Claustro do Cemitério

Representa a estabilidade que tinha o mosteiro, o local também de recolhimento e do último sono, ou seja, a morte. Era ali que eram sepultados os monges. Por norma, no lado nascente do Claustro ficava o capítulo e os dormitórios, no sul as áreas mais voltadas ao sustento material, como a cozinha e o refeitório e, no lado poente, eram os aposentos e a hospedaria.

Claustro do Cemitério

Salão da Ouvidoria

Espaço que simbolizava o poder do abade. O couto era independente e autónomo. A justiça de Tibães estava a cargo de um juiz escolhido pelo abade entre dois eleitos pelos habitantes do couto, de um vereador, de um almotacé e de um procurador.

SALAO DA OUVIDORIA

Aposentos do Abade Geral

O Abade governava o Mosteiro e a ele todos deviam obediência, sujeição, reverência e temor. Neste espaço reserva do ao Abade, existia uma sala de espera, sala de visitas, casa do fogão, casa de dormir, uma capela e um jardim. Estes aposentos serviram de residência paroquial até 1995.

aposentos-abade

Hospedaria Monástica

Era o local de acolhimento das pessoas, hóspedes ou peregrino. Ocupa a ala poente do mosteiro, tem 16 celas distribuídas por cada um dos lados do corredor

hOSPEDARIA

Sala do capítulo

O principal ato aqui realizado decorria de três em três anos, a 3 de maio, dia da Santa Cruz. Os abades de todos os mosteiros pertencentes à Congregação elegiam o novo Abade Geral, todas as prelazias, os abades dos mosteiros e decidiam sobre a vida material e espiritual da Congregação
de São Bento. As paredes são revestidas com 14 painéis de azulejos e contam também com os quadros de D. Sebastião, Cardeal D. Henrique, D. Filipe I de Portugal e de Sisto V. A ladear o altar, estão os retratos dos reformadores Frei Plácido Villa-Lobos e Frei Pedro de Chaves.

SALA DO CAPIìTULO

Cozinha

Com três espaços diferentes e rodeada por janelas com grades, é um conjunto formado pela cozinha, a casa dos fogões de pedra e a casa dos fornos. Sob ordens do monge mordomo, os cozinheiros, o moço de cozinha e o forneiro, que dormiam em beliches na cozinha, preparavam as refeições para a comunidade.

cozinha

No exterior, na denominada Cerca, encontram-se também alguns espaços interessantes que pode conhecer:

Escadórios

Concluído em 171-34. Logo à entrada deparamo-nos com bancos de pedra que servia para sentar e escutar o som da água e dos pássaros. O percurso começa com um chafariz, seguido por sete fontes, que representam as sete virtudes: Quatro Cardeais – Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança; Três Teologais – Fé, Esperança e Caridade. Por cima de cada uma das fontes existiu uma pequena imagem com a representação da virtude correspondente. No topo do escadório pode ser visto um tanque com o brasão da Congregação Beneditina dos Reinos de Portugal. A água que chega a esse tanque provém da mina da Cabrita, situada no exterior do mosteiro. A partir deste tanque sai a água que alimenta as fontes e o chafariz do escadório.

ESCADOìRIOS

Capela de São Bento

Esta capela pode ser encontrada depois de se subirem os escadórios. À capela vinham, no século passado, romeiros cumprir promessas a São Bento.

capela-sbento

Lago

Construído em 1798. Rodeado por cinco bancos de pedra, um pinheiro-bravo e dois cedros-dos Himalaias. Recebe água de cinco minas e fazia funcionar, além do engenho de serrar madeira, dois moinhos e um engenho de azeite. Para além disso, era, e ainda é, um importante reservatório de água para rega e um espaço de silêncio e meditação, desobstrução da via aérea, umas pancadas, e o senhor recuperou», conta.

Já a memória de Cecília Silva é mais triste. «Há 15 anos, no ano em que ia ser dispensada de fazer a noite, decidi oferecer-me para fazer a noite de Natal para ajudar a minha colega mais nova”, começa por dizer. “No entanto a minha avó já estava doente e ficou muito triste comigo, imediatamente não percebi o preço da minha boa ação, mas foi o último Natal que eu não passei com a minha avó. Até hoje arrependo-me porque sinto que fiz falta na minha casa», lamenta.

Noites de Natal a servir os outros são muitas para estes profissionais e voluntários. Os apelos que ficam, de quem faz o que gosta mas agradece que se «evitem algumas chatices» passam por tomar atenção às lareiras e recuperadores, bem como à respetiva manutenção, ao cuidado com os idosos e crianças, ao não abuso do álcool e à redução das velocidades.

lago

 

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